Com auxílio de intérprete, estudante surda é alfabetizada aos 49 anos em comunidade rural piauiense - Educação
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Com auxílio de intérprete, estudante surda é alfabetizada aos 49 anos em comunidade rural piauiense

Marcilene é aluna do Programa Alfabetiza Piauí e mora na comunidade Cajazeiras, zona rural de Bertolínia


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Todos os dias, quando o sol se põe e as luzes do Anexo José Valentim, localizado no município de Bertolínia, se acendem, Marcilene Nascimento refaz o trajeto de cerca de 600 metros, entre sua casa e a escola. Filha de professora, a sala de aula era, até pouco tempo, um ambiente ainda pouco explorado, ao contrário do que se poderia imaginar.

Marcilene nasceu surda. Graças à condição congênita, ela aprendeu a escrever copiando os símbolos. Aprendeu a reproduzir o nome de familiares, o seu próprio, mas sem entender como eram gerados os sons e as letras. Sem, de fato, ler e entender como o mundo funcionava ao seu redor.

  

Com auxílio de intérprete, estudante surda é alfabetizada aos 49 anos em comunidade rural piauiense Reprodução

   

Aos 49 anos, porém, a doméstica que reside na comunidade Cajazeiras, zona rural do município de Bertolínia, viu as portas da sala de aula se abrirem para ela. Por meio do Programa Alfabetiza Piauí, Marcilene iniciou seu processo de alfabetização com o auxílio da intérprete de libras Vanessa Rocha, sua parceira e guia.

“A Marcilene está muito empolgada. É sempre a primeira a chegar à escola. Ela está tendo uma aprendizagem dupla, porque à medida que vai adquirindo conhecimento em libras, vai progredindo também na leitura, que é um passo muito importante. Ela lê o mundo, além de ler as palavras e, também, adquire a sua identidade surda”, explica Vanessa.

A relação construída entre as duas possibilitou não apenas a aquisição da linguagem, mas também as particularidades da “cultura surda”, antes desconhecida pela estudante.

“Meu primeiro contato com Libras foi agora, aos 49 anos. Estou gostando muito de aprender sobre minha história. Para mim, as aulas estão sendo muito importantes”, ensaia Marcilene em sua primeira mensagem em Libras sobre o Alfabetiza Piauí.

  

Marcilene é aluna do Programa Alfabetiza Piauí e mora na comunidade Cajazeiras, zona rural de Bertolínia Reprodução

  

A comunidade Cajazeiras fica a 19 quilômetros da sede do município. Ao todo, 17 alunos compõem a turma do programa de alfabetização, instalada no Anexo José Valentim, administrativamente ligado ao Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Florisa Silva.

Programa visa alfabetizar 100 mil pessoas até 2026

Lançado pelo Governo do Estado em junho deste ano, o Programa Alfabetiza Piauí é uma ação da Secretaria de Estado da Educação (Seduc). A iniciativa tem por objetivo alfabetizar 100 mil pessoas até 2026.

Para o Secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira, o Alfabetiza Piauí é a prova do compromisso do governador Rafael Fonteles com o combate ao analfabetismo. “Nos próximos anos, devemos atingir a menor taxa de analfabetismo de jovens e adultos do Brasil. Esse trabalho possibilita que essas pessoas possam concluir seus processos de letramento matemático, leitura e escrita, abrindo perspectivas, inclusive, para o mercado de trabalho”, afirma Bandeira.

O Programa oferece uma bolsa no valor de R$ 600,00 para incentivar a participação e a permanência nas aulas, além de garantir transporte e alimentação dos estudantes.

Fonte: Portal A10+


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