Pesquisadores da UFPI localizam fósseis de Preguiça Gigante no interior do Piauí - Geral
DESCOBERTA

Pesquisadores da UFPI localizam fósseis de Preguiça Gigante no interior do Piauí

O trabalho teve a participação de 15 alunos de graduação e pós-graduação


📲 Siga o A10+ no Instagram, Facebook e Twitter.

Pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) realizaram prospecção paleontológica no município de Várzea Branca do Piauí, cerca de 600 km de Teresina. A atividade possibilitou encontrar fósseis de duas espécies de Preguiça Gigante (Eremotherium e outra ainda não identificada), duas espécies de Gliptodonte, e um Proboscídeo (Notiomastodon), animais que são parentes dos elefantes atuais. 

O trabalho de campo aconteceu em setembro e teve a participação de 15 alunos de graduação e pós-graduação dos cursos de Arqueologia, Ciências Biológicas e Geografia das duas Instituições. À frente da pesquisa está o professor do Curso de Arqueologia do Centro de Ciências da Natureza (CCN), Juan Carlos Cisneros, além da participação do professor Hermínio Ismael de Araújo Júnior da UERJ. Todo o acervo de vestígios está no laboratório de Paleontologia na UFPI para processo de triagem, limpeza e catalogação.

Pesquisadores da UFPI localizam fósseis de Preguiça Gigante no interior do Piauí
Divulgação

   

O trabalho de campo faz parte do projeto Contribuição à Paleontologia do Quaternário no sul do Piauí. De acordo com o organizador da expedição, Juan Carlos Cisneros, a região foi escolhida devido ao relato de moradores que, durante a escavação de cacimbas para obter água, encontraram ossos de grande porte, além de terem sido encontrados mamíferos da Era do Gelo em outras lagoas. Em 2013, após uma escavação preliminar no local, foi encontrado parte do crânio de uma preguiça gigante.

Segundo o prof. Juan Carlos, os fósseis foram encontrados em três lagoas da cidade de Várzea Branca. “No total estivemos trabalhando em três lagoas e nas três encontramos muitos fósseis. Fizemos escavações usando maquinaria pesada no fundo da lagoa de Várzea Branca que nesta época do ano fica seca. Com a ajuda de um trator foram feitas trincheiras de dois metros de profundidade e no fundo começamos a encontrar os fósseis que estávamos procurando”, disse.

Dente de preguiça gigante
Divulgação

   

Letícia Castelo Branco, estudante de Arqueologia que participa da pesquisa, destacou a importância da experiência em Várzea Branca. “Foi algo impressionante em todos os sentidos. É um território recheado de espécies de animais pertencentes ao grupo da megafauna, as quais habitaram o local há milhares de anos. Enquanto estudante, sei que as atividades realizadas no local foram de grande relevância para o meu desenvolvimento acadêmico, uma vez que é imprescindível estar em contato direto com aquilo que vemos em sala de aula”, destacou.

O Prof. Juan Carlos também pontuou que a pesquisa está em fase preliminar. “Estamos começando a analisar os materiais encontrados, fazer análises mais aprofundadas para saber exatamente que parte do corpo é dentro daquela espécie já que não encontramos esqueletos inteiros. Trabalharemos muito neles até publicarmos um estudo com os resultados finais”, complementou.

Expedição realizada pela UFPI em Várzea Branca do Piauí
Divulgação

   

Anderson Nascimento, estudante de Biologia que compõe a equipe do projeto, ressaltou que a expedição foi seu primeiro contato no campo de Paleontologia. "Entrei no curso almejando a Paleontologia, quero estudar a vida e a biologia desses seres que hoje estão extintos, e a viagem para Várzea Branca foi uma experiência muito enriquecedora para mim. Eu já tive contato com fósseis em aula e no laboratório, mas aprender como funciona todo o sistema de escavação e coleta é fundamental na prática. Foi uma experiência divertida e educadora", finalizou.

Professor Juan Carlos Cisneros e estudantes de arqueologia
Divulgação

   

Vale mencionar que durante a expedição os pesquisadores ainda contaram com o apoio da Prefeitura de Várzea Branca que auxiliou no desempenho das atividades de campo.

Fonte: Portal A10+


Dê sua opinião:

Fique conectado