"Foi uma injustiça", desabafa família sobre pena de 9 anos para assassino de Samuel Borges - Polícia
DECISÃO

"Foi uma injustiça", desabafa família sobre pena de 9 anos para assassino de Samuel Borges

Militar foi morto em 2019 após uma discussão com Francisco Ribeiro; MP vai recorrer da sentença


📲 Siga o A10+ no Instagram, Facebook e Twitter.

A condenação de nove anos de prisão para o ex-policial militar Francisco Ribeiro dos Santos Filho, acusado de matar a tiros o cabo Samuel de Sousa Borges, provocou indignação da família da vítima. A mãe, o pai e a ex-esposa de Samuel falaram sobre a sensação de injustiça sentida pela família após o proferimento da sentença nesta quarta-feira (29). O Ministério Público vai recorrer da decisão. 

  

"Foi uma injustiça", desabafa família sobre pena de 9 anos para assassino de Samuel Borges
TV Antena 10

  

''Quiseram sempre atribuir algo que não prova. A gente vai recorrer dessa decisão para que possa agravar mais essa sentença dele. A gente desejaria que fosse mais porque o caso foi muito grave, uma situação que mexeu com a família toda, a gente sofreu muito, mas pelo menos já foi um inicio'', relata o pai de Samuel, José Borges à TV Antena 10. 

Na tarde de quarta (28), durante julgamento, Francisco Ribeiro chorou e relatou que agiu em legítima defesa. No entanto, o Ministério Público já havia contestado a tese e afirmou que um vídeo gravado pela própria vítima afasta a possibilidade de que o homicídio tenha sido cometido em legítima defesa. O cabo Samuel Borges foi morto a tiros nas proximidades de uma escola em fevereiro de 2019. Na época, o acusado do crime chegou a ser espancado por populares.

''É duro. Só quem sabe é quem é mãe, criar um filho para servir a sociedade. A sociedade essa que veste uma farda da policia, farda que em um acontecido desse ele leva nove anos. O que é nove anos? Pode acontecer justiça e injustiça. Para mim foi injustiça porque nove anos para mim não é justiça. Porque uma pessoa que mata um pai de família, em uma situação daquela, no horário que aconteceu e ainda trazer pessoas criminosas para fazer parte do conselho, para julgar, para mim é triste'', disparou a mãe da vítima.

  

Cabo Samuel Borges da PM foi morto em 2019
reprodução

  

Um vídeo divulgado na época do crime, mostra Samuel discutindo com o acusado. A arma que Francisco portava estava envolvida em outros três homicídios. Em maio de 2021, o acusado foi expulso dos quadros da Polícia Militar do Maranhão. Pelo histórico e pela forma como o crime foi cometido, a família acredita não ter existido justiça. 

''Que ele tivesse pegado uma pena maior. Não ficamos satisfeitos com o resultado e vamos entrar com recurso para marcar um novo júri. A gente sai daqui como se a justiça não tivesse sido feita. Foi condenado, mas queríamos uma pena maior. Porque ele merecia. Ele não tirou a vida só do meu esposo, ele tirou de outras vítimas'', encerrou a ex-esposa de Samuel. 

O A10+ apurou que o Ministério Público vai recorrer da sentença por entender que a pena estabelecida foi abaixo da imaginada.

Advogado da defesa comemora a pena

Após a decisão, o advogado de defesa do acusado, Francisco Silva, comemorou o resultado por ter sido em levado em conta a alegação da defesa de que o ex-PM, Francisco Ribeiro agiu em legítima defesa. 

''Na verdade hoje se chegou ao mínimo de justiça que se esperava nesse fatídico episódio, pois de fato os jurados entenderam que o Francisco só agiu em defesa a perseguição infelizmente da vítima para com ele naquele dia reconhecendo o homicídio privilegiado previsto no Código Penal Brasileiro que autoriza a condenação, porém levando em consideração a provocação da vítima. Ou seja, se não tivesse havido a provocação da vítima o Francisco não teria jamais disparado contra ela e da forma que aconteceu'', disse.

Francisco Ribeiro dos Santos Filho está preso desde 2019 e segundo a defesa já cumpriu cerca de um sexto da pena. Ele volta agora ao regime fechado.

  

Julgamento ocorreu nessa quarta-feira (28) em Teresina
Thracy Oliveira / TV Antena 10

   

Relembre o caso

O crime aconteceu no dia 1º de fevereiro de 2019 quando o cabo da PM, Samuel de Sousa Borges, de 30 anos, estava indo deixar o filho na escola. Depois de desentendimentos entre vítima e acusado, Francisco Ribeiro efetuou três disparos contra Samuel que não resistiu e morreu no local. Horas depois, Francisco foi capturado e identificado como PM lotado no 11º Batalhão de Timon, no Maranhão.

Fonte: Portal A10+


Dê sua opinião:

Fique conectado