Durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (27), a Polícia Civil e a Polícia Militar detalharam os resultados da Operação “Need for Speed”, desencadeada em Teresina. A ação tem como foco coibir disputas ilegais de velocidade (rachas), direção perigosa e outras práticas criminosas nas vias públicas da capital e da região metropolitana.
"Na casa de um dos investigados encontramos com o pai dele 18 armas de fogo. Uma delas é ilegal, não tinha registro. As outras 17 armas estão registradas como CAC. Ele era nível 3 e poderia ter essas armas, mas hoje em dia ele é nível 1, então não pode ter essa quantidade de armas. Agora, como ele vai responder por posse irregular de arma de fogo, ele perdeu a idoneidade de ter qualquer tipo de arma. Nessa residência encontramos 2700 munições. Esse cara é o pai de um menino de 16 anos que entregava o carro para ele ficar tirando racha", disse o superintendente de Operações Integradas da SSP-PI, delegado Matheus Zanatta em coletiva.
A investigação também revelou que alguns participantes dos rachas levavam adolescentes nos veículos, o que amplia a gravidade das acusações. Além disso, os encontros eram previamente combinados em grupos e redes sociais, caracterizando organização criminosa.
Durante o trabalho investigativo, os policiais perceberam que diversos condutores colocavam em prática estratégias para evitar serem identificados, como a retirada proposital das placas dos veículos.
"Começamos a identificar eles; muitos deles, de maneira dolosa, tiravam as placas dos veículos justamente para dificultar a identificação deles e uma eventual multa. A gente percebe toda essa artimanha, articulação deles, e nossa investigação se desenvolveu nesse sentido. Foram 28 mandados, 26 alvos investigados, diversos veículos apreendidos", relatou o delegado Roni Silveira.
As investigações, iniciadas no final de abril, apontaram que um dos envolvidos atuava como fomentador dos eventos, usando redes sociais para divulgar e convocar os participantes. Havia, inclusive, pessoas que se dedicavam exclusivamente a praticar rachas para ganhar visibilidade.
"Tinha um indivíduo que era o fomentador dos eventos. Ele usava rede social para divulgar e promover, falar que ia ter reunião. Tinha alguns personagens que se dedicavam exclusivamente a praticar o racha, pra chamar atenção", explicou o delegado Roni Silveira.
Segundo a investigação, os veículos apreendidos somam aproximadamente R$ 4 milhões; diversas autuações e ações penais que deverão ser instauradas contra os investigados.
"Os fatos típicos atribuídos a eles têm a questão dos crimes de trânsito; alguns deles, por suprimirem a placa, vão responder por adulteração de sinal característico, pela disputa irregular, de exibição, pela perturbação, por associação criminosa, corrupção de menores", finalizou o delegado Roni Silveira.