O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu, nesta segunda-feira (07), o inquérito que investiga o ataque a facadas que deixou um homem morto e uma mulher ferida no bairro Pio XII, na zona Sul de Teresina. O principal suspeito do crime, Erivaldo Joaquim do Nascimento, mais conhecido como "Lombra", foi preso em flagrante e foi indiciado por homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado.
O delegado Jorge Terceiro, em entrevista à imprensa, explicou que o autor do crime desferiu golpes de faca contra as vítimas Antônio José da Silva, de 56 anos, e Wanderlea Mendes, de 46 anos, enquanto estavam conversando normalmente, sentados na calçada de casa. Eles já se conheciam e o crime causa estranheza pela forma fria em que o suspeito agiu. A mulher que sobreviveu ao ataque já prestou depoimento à polícia.
"Dentro do prazo de 10 dias, eu ouvi duas testemunhas oculares e a sobrevivente. Eles disseram que o autor do crime é o indivíduo preso, ele já era conhecido, até amigo deles de ficar conversando na calçada da casa deles. Na ocasião, sem motivo nenhum, ele simplesmente se apropriou de uma faca da vítima Antônio, que estava ao lado dele, porque a vítima gostava de ficar sentada na calçada da residência cortando uma manga, coisa desse tipo, e algumas bebidas. Do nada, ele pegou essa faca e fez os golpes fatais na vítima Antônio e também atacou a companheira dele na região do pescoço, ela conseguiu se desviar e o golpe pegou no ombro, e a todo momento dizendo que também ia matar ela", explicou.
As pessoas interrogadas foram enfáticas sobre não ter ocorrido qualquer discussão antes do crime. "Os que presenciaram o crime disseram que não houve qualquer tipo de discussão, ameaça ou xingamento, do nada o autor pegou a arma do crime e desferiu os golpes", disse.
Ao ser questionado pela polícia, ele permaneceu em silêncio e não prestou qualquer informação sobre a motivação do fato. A polícia verificou que o homem estava sob efeito de bebida alcoólica. "Ele simplesmente, no interrogatório, ficou em silêncio, não falou nada sobre o que seria a motivação do crime. Há elementos nos autos que mostram que ele estaria sob efeito de bebidas alcoólicas, mas não sabemos até que ponto isso teria o motivado praticar algo desse tipo, mas ele sequer falou qual teria sido o motivo", ressaltou.
O delegado também detalhou que a defesa do indivíduo não apresentou laudos relacionados a algum tipo de transtorno mental. "Ele é uma pessoa plenamente capaz, não sofre interdição nenhuma. Ele não tem nenhum tipo de condenação, nenhum tipo de julgamento, ou ato judicial que declarasse qualquer tipo de imputabilidade ou problema mental da parte dele. Nenhum laudo também foi juntado em procedimento nesse sentido, por defesa nenhuma", destacou.
A prisão de "Lombra"
Logo após o crime, os vizinhos que estavam na rua prestaram socorro ao casal. Enquanto o autor fugiu em direção a um posto de combustíveis ainda com a faca em mãos. No local, ele foi preso em flagrante por um policial militar do Maranhão, que destacou ainda que o indivíduo tentou reagir à abordagem.
"O policial foi até o posto de combustível e se identificou, com arma em punho, para que o criminoso se rendesse. Constam no procedimento, que o autor do crime ainda teria feito um esboço de tentar reagir contra o policial, mas ele com arma de fogo já alertou para que ele não se aproximasse. Foi o momento em que ele decidiu se render e jogou a faca, com a qual ele praticou o crime, no chão e se entregou ao policial. Com o apoio de uma guarnição, ele foi encaminhado para a central de flagrantes", disse.
Segundo o delegado, nenhum dos envolvidos possui histórico criminal. Erivaldo atua como estivador e trabalhava em uma oficina e, inclusive, no momento do crime estavam conversando sobre a mecânica de veículos. "O indivíduo foi indiciado pelo homicídio qualificado contra a vítima Antônio, que pegou ele de surpresa, e também pela tentativa de homicídio qualificado contra a companheira dele. Agora com a investigação prontamente concluída, ele segue para o Poder Judiciário, esperamos que esse indivíduo seja condenado o mais rápido possível pelo ato que ele praticou", concluiu.