Um adolescente de 15 anos foi apreendido nesta segunda-feira (09), suspeito de participação na morte de Mauricélia Rodrigues de Lima, de 36 anos. O corpo da vítima foi encontrado no último sábado (07) em uma área de difícil acesso, próxima ao povoado Gameleira, na zona rural de Timon, no Maranhão. Além dele, a Polícia Civil também prendeu o ex-companheiro da vítima, Francisco Nelson Cardoso de Castro. O menor teria sido contratado para matar a mulher e confessou a autoria do crime em depoimento.
Em entrevista à TV Antena 10, a delegada Nayana Muller, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Timon, explicou que o menor já respondia por outros procedimentos criminais oriundos de atos infracionais análogos a roubos. A investigação sabia do envolvimento dele no crime, mas não qual era a participação. Ele confessou que a matou com uma calça bala e a facadas.
“Fora isso, pesa contra ele a questão da acusação do feminicídio da Mauricélia. A gente ainda até então sabíamos do envolvimento dele, mas não qual era a participação do menor no crime. Ele confessou a autoria afirmando que matou a Mauricélia utilizando uma calça bala e a facadas. Foi o suficiente para que ela falecesse. Existem mais dois envolvidos que até o momento respondem em liberdade. Foi representado pela prisão dessas duas pessoas também, quando foi representada do senhor Nelson, mas infelizmente o magistrado entendeu que não havia provas suficientes, mas o que a gente coletou até o momento é que eles também tem envolvimento na situação”, destacou.
Os demais envolvidos investigados no inquérito são dois familiares de Francisco Nelson, apontado como o sequestrador da vítima. Mauricélia havia desaparecido no dia 23 de agosto, após ter discutido e passado por ameaças do ex-companheiro. Maria de Jesus, mãe da diarista, explica que a filha menor do casal, de apenas 3 anos de idade, teria sido levada ao local onde ela foi sequestrada e a visto amarrada.
"Eu cheguei e falei: 'Pequena, você viu a mamãe?' e ela disse 'Eu vi'. Perguntei 'tua mamãe está onde?' e ela respondeu que está dentro da chapada. 'Minha mãe tava amarrada e chorando. Amarrada nas pernas, com a mãe assim e amarrada na boca; ela estava chorando e meu pai batendo nela'. Uma criança não inventa, ela viu. Ele levou ela. Ela já tinha trauma dele. A Mauricélia era uma menina boa, mas ela tinha um problema. Tinha sofrido um acidente e teve uma fratura no crânio e quase morre. Passou quase 3 meses do HUT. Desse tempo para cá ela não foi mais uma pessoa normal do jeito que ela era. Ela bebia e sofria dor de cabeça, mas a história que ele dizia, dizendo que minha filha vivia envolvida com cocaína, ia pegar minha filha rolando em uma boca de fumo no chão é mentira. Dizendo que estava escondido, dizendo que minha família era bandida. Ele sabe. Ele viveu andando por dentro de casa por cinco anos e ele não viu que minha família era bandido. Sempre foi uma menina alegre. Mas quarta-feira para cá, ela estava chorando dentro do quarto e chorando com ele no telefone. Ela tava dizendo 'deixa minha família de mão'”, relatou a mãe.
Após o desaparecimento, em 25 de agosto, irmãs do suspeito teriam invadido a casa habitada pelo casal e roubado os pertences de Mauricelia. A família acredita que tudo foi premeditado. A diarista deixa seis filhos. O menor apreendido foi encaminhado Centro Socioeducativo de Internação Provisória da Região dos Cocais, em Timon. A Polícia Civil segue investigando o caso.