Bebês reborn: projeto quer proibir atendimento a bonecos hiper-realistas no SUS

Outra proposta prevê multa em uso de bonecos para benefícios, como fila preferencial; valores podem chegar a 20 salários mínimos

Após denúncias de que pessoas furaram filas de hospitais com bonecos hiper-realistas, deputados apresentaram propostas para impedir impactos no atendimento em saúde.

As iniciativas foram indicadas na Câmara até esta sexta-feira (16) e respondem à onda de bonecos que tem repercutido em redes sociais. A prática tem levado pessoas a tratarem objetos confeccionados com aparência similar à de seres humanos como se fossem bebês reais.

  

Bebês reborn: projeto quer proibir atendimento a bonecos hiper-realistas no SUS
Canva Fotos
   

Entre os projetos indicados está a proibição em se levar bonecos para atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde), a previsão de multas no atendimento e caso haja insistência por parte de donos dos bonecos, e o acompanhamento psicossocial para pessoas que tenham desenvolvido vínculo afetivo com as figuras de bebês.

Atendimento no SUS

Apresentada pelo deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), a proposta proíbe o atendimento hospitalar público ou particular a pessoas que chegarem acompanhadas de bonecos.

A ideia é impedir qualquer tipo de atendimento, simulação ou prestação de serviços, com previsão de demissões de funcionários e multa que pode chegar até R$ 50 mil para hospitais que possam adotar a prática.

“O uso de tempo, estrutura, pessoal técnico e materiais do SUS para atender a objetos inanimados ofende frontalmente os princípios da eficiência, moralidade administrativa e da finalidade pública”, diz trecho do projeto.

Multa aos donos de bonecos

Outra proposta, apresentada pelo Dr. Zacharias Calil (União-GO), prevê sanções administrativas a quem utilizar bonecos para conseguir algum benefício destinado a crianças de colo.

Como exemplo é indicado o benefício a atendimento preferencial, prioridade em filas ou descontos. Os que insistirem com a prática podem ser multados entre cinco e 20 salários mínimos.

Atendimento psicológico

Uma das alternativas também prevê o atendimento psicossocial na rede pública de saúde para pessoas que tiverem desenvolvido algum tipo de envolvimento emocional com bonecos.

O projeto foi apresentado pela deputada Rosangela Moro (União-SP). As três propostas foram indicadas nesta semana e ainda não avançaram em etapas dentro da Casa.