Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, foi morto na quinta-feira (08), e Rafael Silva de Oliveira, de 24, acabou preso acusado pelo crime. Os dois homens, que eram funcionários de uma agrovila na zona rural de Confresa (MT), a 1.167 km de Cuiabá, tiveram uma discussão política. Rafael, exaltado, deu várias facadas em Benedito.
De acordo com as informações da Polícia Civil do estado, o suspeito é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e teria demonstrado apoio à reeleição. Já Benedito defendia a eleição do principal opositor do governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
À chefe, Rafael disse que dois homens teriam invadido o local, executado Benedito e depois ainda teriam tentado matá-lo. Contudo, a mulher suspeitou dele e chamou a Polícia Militar, que prendeu Rafael em flagrante. Em depoimento, ele confessou que “acabou saindo de si e matou seu colega com golpes de faca”.
A Justiça converteu a prisão do acusado de flagrante para preventiva, ou seja, Rafael ficará detido por tempo indeterminado.
Bolsonarista tentou decapitar eleitor de Lula após discussão política
O apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) acusado de matar um colega de trabalho eleitor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Mato Grosso, tentou decapitar o homem com um machado após esfaqueá-lo.
O delegado Higo Rafael, que atua no caso, disse que a vítima levou 15 facadas na testa. O homem ainda foi ferido nas costas e no olho.
Foram 17 golpes no total. Segundo o delegado, após atingido, Benedito teria xingado Rafael de “filho da puta”, o que deixou o bolsonarista com mais raiva ainda. O agressor pegou um machado e tentou decapitar o colega.
Autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel, Rafael de Oliveira está preso. A Justiça converteu a prisão em preventiva ainda na noite de quinta-feira (8/9). O suspeito confessou o crime após buscar atendimento médico para tratar dos ferimentos causados pela briga com o colega.
“Intolerância não será admitida”
Ao determinar a prisão de Rafael, o juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra Mendes, da 3ª Vara de Porto Alegre do Norte, disse que “a intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barbárie”.
“Lado outro, verifica-se que a liberdade de manifestação do pensamento, seja ela político-partidária, religiosa, ou outra, é uma garantia fundamental irrenunciável”, diz a peça.
Ainda conforme o despacho do magistrado, a prisão do acusado é necessária para manter a sociedade ciente do crime. “Ademais, por ora, estão presentes todos os requisitos para a custódia cautelar”, assinala.
Segundo o juiz, o suspeito pela morte do eleitor de Lula tem outras passagens pela polícia, como latrocínio, estelionato e falsificação de documento.
Petista morto em festa de aniversário
O episódio envolvendo desavenças políticas não é isolado. Em 9 de julho, o petista Marcelo Aloizio de Arruda, de 50, foi morto a tiros por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro, o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, em Foz do Iguaçu (PR).
Arruda comemorava o seu aniversário com temática do PT em uma associação esportiva da cidade quando Guaranho entrou com seu carro no local gritando “Aqui é Bolsonaro”. Após discussão, o bolsonarista baleou a o petista, que morreu após ser socorrido.
A Polícia Civil do Paraná concluiu o inquérito e indiciou Guaranho por homicídio duplamente qualificado, motivo torpe e por causar perigo comum. Em 10 de agosto, o bolsonarista recebeu alta hospitalar e, posteriormente, foi preso e levado para penitenciária de São José dos Pinhais.