A CPI do Crime Organizado, que vai investigar a origem de facções criminosas, como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho, foi instalada nesta terça-feira (4), com eleição dos nomes que vão comandar o colegiado.
A presidência da CPI será conduzida por Fabiano Contarato (PT-ES), que indicou Alessandro Vieira (MDB-SE) para a relatoria, conforme antecipou o R7 Planalto.
Andressa Anholete/Agência Senado
Os dois políticos tiveram carreira como delegados antes de assumir posto como senadores, o que confirma uma “dobradinha” no comando da comissão.
A condução também foi pleiteada pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), mas o placar de votação confirmou o cargo a Contarato, por uma diferença de seis votos a cinco. Mourão ficou com a vice-presidência da CPI.
O resultado deu vitória ao governo, com um discurso de que a comissão não pode ser politizada e que o enfrentamento ao crime organizado alcança diferentes linhas políticas, conforme frisou o líder no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP).
“Acima de qualquer tipo de politização. O problema do crime organizado e do enfrentamento com o crime organizado não é um problema de direita, esquerda, de oposição. É um problema do Brasil, com técnica que somente dois delegados podem ter”, disse.
O distanciamento de discursos políticos também tem sido uma posição de Alessandro Vieira, que nega a possibilidade de chamar membros de facções criminosas, como Fernandinho Beira-Mar ou Marcinho VP, para depor.
Investigação após operação no Rio
A comissão ganhou força e avançou após a megaoperação policial, que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. Esse tema também tem dividido discursos parlamentares no Congresso.
A oposição defende ações comandadas por governos estaduais, enquanto governistas são a favor de uma atuação mais estratégica e feita em parceria com a União.