O trabalho e a educação têm transformado vidas no sistema prisional do Estado. Com ações voltadas às pessoas privadas de liberdade, com a oferta de cursos profissionalizantes, a Secretaria da Justiça do Piauí (Sejus) prepara os internos para ter mais oportunidades no mercado de trabalho ao cumprirem sua pena e, com isso, promove a reinserção social. Só para se ter uma ideia, de janeiro a novembro de 2025, um total de 2.112 reeducandos participaram de oficinas e cursos em 17 unidades prisionais do Piauí.
Ao todo, foram ofertados 35 cursos profissionalizantes, incluindo os realizados de forma on-line. Segundo os dados, 719 internos participaram de qualificação em 16 unidades prisionais.
Áreas como corte e costura, blocos de concreto e meio-fio, panificação e confeitaria, pizzaiolo, eletricista predial, fabricação de docinhos de festas e pães rústicos são alguns exemplos das capacitações oferecidas.
O secretário da Justiça, coronel Carlos Augusto, destaca o compromisso da gestão em transformar o sistema prisional do Piauí e a vida dos internos, ao permitir aos internos adquirir habilidades e competências necessárias para viverem uma nova realidade.
“O sistema prisional do Piauí tem transformado vidas com grandes avanços: internos são qualificados em cursos profissionalizantes como marcenaria, panificação, fábrica de blocos de concreto e malharia, além de terem acesso à educação básica, fundamental, média e superior. Aqui, educamos e qualificamos para a inserção no mercado de trabalho e a reinserção à sociedade. Com trabalho e educação, abrimos novos caminhos, resgatamos dignidade e evitamos a reincidência, além das estruturas físicas que estão sendo renovadas e ampliadas”, ressaltou o gestor.
Também são realizadas oficinas de trabalho com cursos em marcenaria, corte e costura, panificação, construção civil, serralheria, horticultura, entre outros. Além disso, os internos participam de atividades em serviços gerais, cozinha e reforma das unidades prisionais, promovendo aprendizado e qualificação profissional.
Estrutura
Atualmente, o sistema prisional conta com três fábricas de blocos de concreto, três panificações, cinco malharias e duas marcenarias, distribuídas em penitenciárias como Irmão Guido, Major César, Dom Abel Alonso Núñez, Bispo Sebastião Alves de Souza, Mista Juiz Fontes Ibiapina, Femininas Gardênia Gomes Lima Amorim e Adalberto de Moura Santos.
A diretora de Humanização e Reintegração Social da Sejus, Geusélia Cavalcante, fala sobre a ampliação da estrutura física para realização dos cursos profissionalizantes. “Esses equipamentos apoiam cursos e formações profissionais. Também temos o Escritório Social, que promove o acesso gratuito à assistência social, educação, trabalho e renda para egressos e familiares”, ressalta a gestora.
Educação
No ano de 2025, um total 1.256 internos estavam matriculados em cursos de educação básica, incluindo alfabetização, ensino fundamental e ensino médio. Além disso, 3.562 reeducandos se inscreveram no Encceja PPL, que é uma versão do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos voltada a Pessoas Privadas de Liberdade e 2.257 no Enem PPL, versão do Enem para esse mesmo público, demonstrando o compromisso dos internos em se educar e melhorar suas vidas.
“Minha vida lá fora foi conturbada desde quando conheci as drogas, eu não tinha desejo de aprender, minha mãe era professora e eu só dava vergonha para ela. Eu tenho dificuldade de ler, escrever e entender, troco as letras. Agora eu me sinto feliz porque, com 43 anos, eu vou estudar e dar orgulho à minha família”, explica o interno F. R. da C. M., aluno do programa Alfabetiza Piauí, em uma Penitenciária de Teresina.
Os resultados são animadores: 199 certificados de ensino fundamental e médio foram emitidos, e 399 internos de 15 unidades prisionais participaram da 6ª Jornada da Leitura no Cárcere. Além disso, o sistema prisional do Piauí recebeu uma Menção Honrosa no 8º Concurso de Redação da Defensoria Pública da União, demonstrando o talento e a dedicação dos internos.
Os bons resultados refletem o incentivo e a promoção da educação para pessoas privadas de liberdade. Com revisões intensivas para o Enem PPL e Encceja, focadas em conteúdos-chave e simulações, os internos são capacitados para acessar a educação superior e profissional, transformando suas trajetórias.
O Projeto Leitura Livre obteve a participação de 6.833 internos com 17.252 produções nas 17 unidades prisionais, momento em que oportuniza a leitura e a troca de conhecimentos entre os internos. O Projeto Recine: Entre telas e esperança, Movimenta +, Mentes em Movimento, Jogo Justo e Resgate, contou com a participação de 1.077 pessoas privadas de liberdade, proporcionando o acesso à arte cinematográfica, com exibição de filmes, debates reflexivos e oficinas de cinema, oratória e teatro.
Com essas ações, o Governo do Estado oferece oportunidades para que os internos se dediquem e se reintegrarem à sociedade de forma produtiva e digna, reduzindo a reincidência criminal. “Com o trabalho e a educação, é possível transformar vidas e construir um futuro melhor para todos”, finaliza o secretário da Justiça, cel. Carlos Augusto.