Durante as discussões sobre as mudanças no transporte coletivo de Teresina, o prefeito Silvio Mendes (UB) afirmou que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) chegou a sugerir um valor de R$ 9,80 da passagem dos ônibus. O gestor declarou que essa cobrança seria inviável e antecipou que qualquer mudança será estudada por várias instituições.
Atualmente, o valor da passagem inteira é R$ 4,00, e a estudantil custa R$ 1,35, congelada há mais de 5 anos. Cerca de 2,5 milhões de usuários utilizam o serviço mensalmente.
“É preciso saber qual é a tarifa suportável pela população. Não será uma atitude unilateral da prefeitura. Vamos convidar o Tribunal de Contas do Estado, o Ministério Público, as lideranças comunitárias e a Câmara Municipal de Teresina para que todos participem dessa discussão. O Tribunal já fez um cálculo de um valor bem acima da capacidade da população pagar, de R$ 9,80, e ele é inviável. Tudo subiu: pneu, peças, custos, salários e impostos. Precisamos ter essa compreensão, sensibilidade, para ser solidários com quem precisa e também corretos com quem presta o serviço”, destacou o prefeito no encontro realizado nessa segunda-feira (27).
Silvio Mendes também detalhou sobre o subsídio que a prefeitura paga para as empresas de transporte. “Já pagamos no início do mês R$ 4.750.000. Essa é a pergunta: esse é o valor? Foi um acordo que estou honrando, mas que não foi feito por mim. Então, essa dívida, que inclusive está judicializada, não é do tamanho que estão dizendo. Temos certeza de que ela é bem menor. Os fatos precisam ser colocados como são. A régua é da prefeitura e quem faz as contas é a prefeitura. E isso será colocado a conhecimento público”, afirmou.
Ainda segundo o prefeito, haverá uma fiscalização ativa em relação à circulação de ônibus pela cidade e que prefeitura paga até mesmo pelos ônibus que circulam sem passageiros. “A prefeitura vai ter que fiscalizar a distância percorrida e quantos passageiros estão usando o transporte coletivo. Não é só o passageiro que paga. Eu prometo a vocês: vai ser fiscalizado”, garantiu.
Para o engenheiro Antônio Santana, é necessário retomar a credibilidade do sistema. “Teresina está em uma situação muito complicada; o sistema está praticamente destruído. A frota ofertada caiu e a população buscou outras formas de se deslocar pela cidade. Precisamos reconstruir esse sistema, e esse é um desafio maior do que construir ou manter um sistema. Precisamos retomar a credibilidade do transporte coletivo para atrair a população”, afirmou.
O superintendente da Strans, Carlos Daniel, finalizou elecando as medidas já tomadas pela pasta. “A fiscalização da frota é feita de forma eletrônica, além do trabalho de 51 fiscais que estão circulando pela cidade acompanhando o funcionamento. Já começamos também a limpar as estações e vamos recuperá-las para que sejam utilizáveis. Além disso, realizaremos convênios com as forças de segurança para que a população tenha tranquilidade ao usar esse serviço público de forma confortável”, detalhou.