O Bolsa Família deixou de pagar 2 milhões de beneficiários de janeiro a outubro deste ano. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, o motivo é o aumento de renda das famílias.
O número de contemplados era de 20,5 milhões, em janeiro, deste ano. Em outubro, passou para 18,9 milhões, o menor patamar desde 2022.
Além disso, o programa investia R$ 13,8 bilhões em janeiro, e agora esse valor caiu para R$ 12,88 bilhões em outubro.
“Com o aumento da renda pela conquista de um emprego formal, pela abertura de um pequeno negócio ou pela melhora nas condições financeiras do domicílio, 2 milhões de famílias deixaram de receber o Bolsa Família entre janeiro e outubro de 2025″, afirma o Ministério do Desenvolvimento Social, em nota.
Segundo dados da Senarc (Secretaria Nacional de Renda de Cidadania), do ministério, a maioria das famílias deixou o programa em razão do aumento de renda.
Os motivos
Das 2.069.776 famílias que deixaram de depender do programa:
- 1.318.214 - aumento dos ganhos totais no domicílio
- 24.763 - desligamento voluntário
- 726.799 - concluíram o período na Regra de Proteção.
Medida
As famílias que ultrapassarem o limite de renda para entrada no Bolsa Família – de R$ 218 por pessoa –, poderão seguir na Regra de Proteção por até 12 meses, recebendo 50% do valor do benefício a que a família faz jus, desde que não ultrapassem o limite de renda de R$ 706 por pessoa da família.
Em outubro, 1,89 milhão de famílias estão na Regra de Proteção.
“O ministro Wellington Dias destacou que o programa tem cumprido seu papel de melhorar a vida das pessoas mais pobres de maneira segura e sustentável”, acrescenta a nota do ministério.
De acordo com informações do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), das 1,7 milhão de vagas com carteira assinada criadas no Brasil em 2024, 98,8% foram ocupadas por pessoas cadastradas no CadÚnico do governo federal.
Entre os contratados, 1,27 milhão (75,5%) eram beneficiários do Bolsa Família.
Quem tem direito
Para receber, o beneficiário deve estar com os dados atualizados no CadÚnico (Cadastro Único). Têm direito ao benefício as famílias cuja renda per capita (por pessoa) é de R$ 218 por mês.
Além da parcela mínima de R$ 600, aquelas famílias com dependentes com menos de 7 anos ganham um adicional de R$ 150 por criança.
Outro extra de R$ 50 por mês é pago às famílias com gestantes, com crianças a partir de 7 anos, com bebês em amamentação e com adolescentes com idade entre 12 e 18 anos.
Os recursos são repassados pelo Ministério do Desenvolvimento Social, e o pagamento é feito pela Caixa.
Os valores do Bolsa Família
- R$ 600 — valor mínimo pago por família;
- R$ 150 — adicional pago por criança de até 6 anos;
- R$ 50 — adicional para gestantes e lactantes;
- R$ 50 — adicional por criança ou adolescente (de 7 a 18 anos);
- R$ 50 — adicional por bebê de até 6 meses.
Regra de proteção
A regra se aplica às famílias que tiveram aumento na renda per capita entre R$ 218 e meio salário-mínimo.
A medida permite a permanência dessas famílias no programa por até um ano (antes eram dois anos), recebendo 50% do valor do benefício a que teriam direito, incluindo os adicionais para crianças, adolescentes, gestantes e nutrizes.
Cerca de um milhão de domicílios deixaram de receber o benefício em julho, por aumento da renda.