A economia brasileira cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2024 em relação aos últimos três meses do ano passado. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O crescimento foi puxado, sobretudo, pelo setor se serviços, que teve alta de 1,4% no período.
A agropecuária também cresceu, registrando variação positiva de 11,3%. A indústria, porém, se manteve estável, com leve queda de 0,1%. O resultado ficou acima da mediana das expectativas de mercado.
No mesmo período, a taxa de investimento foi de 16,9% do PIB, abaixo dos 17,1% registrados no primeiro trimestre de 2023. Já a taxa de poupança foi de 16,2%, ante 17,5% no mesmo trimestre do ano passado.
1º trimestre de 2024 x 1º trimestre de 2023
Em relação aos primeiros três meses de 2023, o PIB avançou 2,5%. A indústria (2,8%) e os serviços (3%) avançaram no período, enquanto a agropecuária (-3%) recuou.
No total do ano passado, o PIB cresceu 2,9%, impulsionado pelo resultado recorde da agropecuária.
Indústria e serviços
Dentre as atividades industriais, houve queda nas atividades de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,6%), construção (-0,5%) e indústrias extrativas (-0,4%). Já a indústria de transformação teve desempenho positivo (0,7%).
Nas atividades de serviços, o destaque do trimestre ficou com o comércio, que avançou 3% entre janeiro e março. Além disso, os segmentos de informação e comunicação e outras atividades de serviços também tiveram crescimento, de 2,1% e 1,6%, respectivamente.
Projeções do FMI
Em abril, o FMI (Fundo Monetário Internacional) estimou que o PIB do Brasil deve chegar a US$ 2,331 trilhões no final do ano, atingindo a oitava posição no ranking mundial — à frente da Itália.
Para a economista Carla Beni, a geração de empregos faz com que a demanda interna cresça e a taxa de juros diminua, o que eleva o PIB. Além disso, o projeto de investimento público — PAC 3 — que foi lançado pelo governo é um fator relevante para o crescimento econômico.
Apesar disso, economistas ouvidos pelo R7 afirmaram que a economia brasileira poderia cair de 0,2 a 0,5 ponto percentual nesta ano por causa da tragédia no Rio Grande do Sul. Investimentos do governo, que devem chegar a R$ 50 bilhões, devem ajudar amenizar a queda, de acordo com os especialistas.