Alvos de operação, Milena Pamela movimentou R$ 1 milhão em apenas 2 meses; Lokinho movimentou R$ 1,4 mi em 6 meses

Os envolvidos usaram as redes sociais, em especial o Instagram, para promover jogos de azar ilegais, como o Jogo do Tigrinho

O A10+ obteve acesso ao pedido de prisão temporária dos influencers alvos da 2ª fase da Operação Jogo Sujo, que tem como objetivo reprimir a veiculação de jogos de azar ilegais na rede mundial de computadores no Piauí e Maranhão. Entre os detidos, a empresária Milena Pamela Oliveira Silva e Pedro Lopes Lima Neto, o Lokinho. Segundo o documento, os dois movimentaram milhões de reais em um curto espaço de tempo. Os bens de todos os envolvidos foram bloqueados pela justiça durante as investigações. 

De acordo com o documento, obtido pelo A10+, a empresária Milena Pamela, conhecida por ser proprietária de uma famosa loja de roupas em Teresina, possui diversas empresas e veículos de luxo. “Seu estilo de vida luxuoso não é compatível com os ganhos aparentes. Ela promove plataformas de jogos de azar em suas redes sociais constantemente e realiza viagens frequentes”, segundo a justiça. 

  

Empresária Milena Pamela foi presa durante operação em Teresina Reprodução

   

Em pouco mais de dois meses, entre os dias 01 de março e 04 de maio de 2023, Milena movimentou R$ 1.080.853,60, sendo R$ 539.3 mil a crédito e R$ 541.5 mil a débito. Os valores foram movimentados da conta de terceiros para a conta da investigada.

Além disso, no período de 01 de dezembro de 2023 a 23 de janeiro de 2024, Milena também realizou operações financeiras no total de R$ 1,8 milhão.

“A investigada publica expressa e repetidamente plataformas de jogos de azar. Em seu perfil no Instagram, a investigada divulga constantemente a jogatina do "Tigrinho", promovendo diversas plataformas de jogos. É possível observar também em seus “destaques” as várias viagens realizadas em um curto período”,cita o juiz Valdemir Ferreira Santos que determinou a prisão dela e de outros envolvidos no esquema. 

Pedro Lopes, o Lokinho

Além da prisão de hoje, Lokinho está no centro de uma grande polêmica após o namorado dele, Stanlley Gabryell atropelar e matar duas pessoas na zona Sul de Teresina no último domingo (06). 

Segundo as investigações da 2ª fase da Operação Jogo Sujo, Lokinho realizou movimentações financeiras significativas e promoveu jogos de azar nas redes sociais, levando um estilo de vida luxuoso. O juiz destacou que ele “organiza eventos de grande porte sem mencionar patrocinadores, levantando suspeitas sobre a origem dos recursos”.

  

Lokinho também foi preso na ação policial Reprodução

   

Lokinho movimentou, entre 6 meses do ano de 2023, R$ 1,4 milhão, sendo R$ 721 mil a crédito e R$ 721 mil a débito. Além disso, foi identificado também que Lokinho “figurou como ‘Remetente’ em pelo menos 7 transações financeiras atípicas, ocorridas entre os dias 25/07/2023 a 22/01/2024, que totalizaram o valor de R$ 34.724,00, cuja beneficiária foi a Brenda Raquel Barbosa Ferreira, também investigada na ação. 

“O extenso conjunto de provas apresentado confirma que os envolvidos seguem enriquecendo ilicitamente à custa das diversas vítimas que são induzidas a erro pela publicidade enganosa, dilapidando seus patrimônios por causa dos vícios nos jogos”, citou o juiz Valdemir Ferreira.

  

Operação Jogo Sujo Divulgação/PC

   

Ainda na decisão, o magistrado destacou que o grupo de influenciadores e operadores de plataformas clandestinas de jogos de azar parecem atuar de forma coordenada, com funções definidas, como a divulgação de plataformas e a captação de novos jogadores.

Entenda o caso

A Operação Jogo Sujo II foi deflagrada nesta quarta-feira (09) no Piauí e Maranhão e resultou na prisão de influenciadores digitais e até policiais. De acordo como delegado Humberto Mácola, a falta de regularização dos jogos impede que as pessoas lesadas sejam compensadas pelos seus prejuízos. Até o momento, 22 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e seis pessoas foram presas. Outras duas seguem foragidas.


As investigações para a segunda fase da operação iniciaram há cerca de seis meses e vão continuar através da análise dos materiais apreendidos, entre eles carros de luxo, joias e dinheiro. Segundo a polícia, será analisado se os bens apreendidos poderão ser revertidos para as vítimas.

A polícia também destacou que foram apreendidos veículos de luxo, joias, bolsas avaliadas em cerca de R$ 20 mil e meio milhão em espécie, além do bloqueio de ativos financeiros. As investigações apontaram que o patrimônio e o estilo de vida ostentado pelos envolvidos são incompatíveis com as atividades legais que alegam exercer.

Saiba quem são os envolvidos: