Na abertura da COP30, Rafael Fonteles defende remuneração de população que atua na preservação dos biomas

Entre as pautas da COP está a discussão sobre a necessidade de os países desenvolvidos assumirem os custos da manutenção de florestas

As principais lideranças do planeta estão reunidas na COP30 – 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), em Belém (PA). Na abertura do evento, nesta segunda-feira (10), o governador Rafael Fonteles, que também é presidente do Consórcio Nordeste, defendeu o financiamento climático para remunerar a população por serviços ambientais prestados, especialmente com a preservação dos biomas brasileiros.

“É preciso gerar renda a partir da bioeconomia, do pagamento por serviços ambientais para aquelas populações que ajudam a preservar o meio ambiente, para conjugar o aumento da renda das famílias com a proteção dos nossos biomas”, destacou o governador Rafael Fonteles.

  
Na abertura da COP30, Rafael Fonteles defende remuneração de população que atua na preservação dos biomas
Divulgação
 
 
 

O Nordeste está representado no evento. Uma ampla programação coloca em pauta os principais temas climáticos da região. Ainda de acordo com o governador piauiense, a região tem muitos desafios, mas também oportunidades de desenvolver uma economia baseada em preservação ambiental.

“Tivemos projetos que contribuíram para a permanência de famílias no semiárido, conseguindo desenvolver as suas atividades econômicas, mas ainda temos desafios nessa direção. E o ponto mais relevante é aproveitar a energia limpa para industrializar o Nordeste. Ainda temos gargalos no sistema interligado nacional, no sistema de transmissão, que precisam de mais investimentos por parte do Governo Federal para garantir que essa indústria da energia limpa se traduza em riqueza para o nosso povo”, disse.

Um dos principais pontos na pauta da COP é o amplo financiamento climático e a discussão sobre a necessidade de os países desenvolvidos assumirem os custos da manutenção de florestas e a preservação ambiental em países que ainda mantêm seus recursos naturais. As causas da crise climática são justamente o uso indiscriminado dos recursos naturais e sua exploração econômica, provocando a emissão dos gases causadores do efeito estufa.

De acordo com Rafael Fonteles, o Brasil vem cumprindo seu dever de preservação. “Esperamos que a COP repercuta em financiamento climático efetivo. O Brasil faz o seu dever de casa e vai continuar fazendo, com compromissos bem determinados para que as populações que ajudam a proteger o meio ambiente tenham um aumento da sua renda e da sua qualidade de vida a partir dos serviços ambientais que prestam para a proteção da biodiversidade da Caatinga, do Cerrado, da Mata Atlântica, de todos os biomas do Brasil”, finalizou.

Coalizão Under 2

Ainda nesta segunda, foi formalizada a Coalizão Under2, união de governos subnacionais que visa alcançar a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, com a presença de todos os governadores do Nordeste, reafirmando o compromisso de zerar as emissões líquidas de CO² globalmente até 2050, e individualmente o mais rápido possível. O acordo orienta os governos a reduzirem as emissões de forma abrangente, em todos os setores da economia, demonstrando que os governos subnacionais podem acelerar a resposta global à crise climática.