A TV Antena 10, afiliada à RECORD no Piauí, conversou com vítimas do empresário Francisco Silva, mais conhecido como Chico, acusado de lesar investidores de Teresina (Piauí) e Timon (Maranhão). O caso começou a chamar a atenção quando o empresário, também conhecido por promover o evento “Pagode do Chico”, desapareceu subitamente.
A “Extreme”, que atuava no ramo de investimentos com sede em um shopping de Timon, fechou as portas e se encontra atualmente sem sequer móveis. As vítimas acreditam que o trader tenha saído do país.
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Segundo os relatos, os problemas começaram em janeiro deste ano, quando os primeiros atrasos nos pagamentos sugiram. Em março, os atrasos se tornaram mais longos e em abril alguns investidores não receberam sequer parte do valor prometido. Em maio, a situação se agravou ainda mais, até que o empresário simplesmente desapareceu, sem dar qualquer explicação.
Financiamento de veículos e casas
Uma das vítimas contou à TV Antena 10 que financiou um carro para o empresário, acreditando na promessa de quitação.
“Eu comecei a perceber que o Francisco era extremamente mau caráter. No dia que ele me pediu uma coisa que eu achei um absurdo… O Francisco tinha uma BMW 320i branca, que fui eu quem financiei para ele. Esse carro era meu. E o que aconteceu? No momento em que o Francisco apertou, ele tinha uma pendência comigo, que era o pagamento do financiamento de um imóvel que estava pendente, e falou pra mim: ‘Cara, transfere esse carro pra mim que até dia 30, isso no mês passado, eu te dou esse valor. Te juro por Deus, por tudo que é mais sagrado, pela minha família, eu te dou total garantia de que até dia 30 eu te dou esse dinheiro. Eu preciso que tu transfira esse carro pra mim. Se você transferir o carro, eu te transfiro o dinheiro.’ Tomei o carro dele, já vendi, infelizmente não consegui muita coisa porque o carro estava financiado, mas deu pra dar uma aliviada”, relatou.
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Outro investidor revelou ter sido enganada com a promessa de que Chico venderia um imóvel quitado para levantar capital.
“O Francisco falou que ia vender a casa dele para levantar um capital e operar. Garantiu pra mim que a casa dele era quitada, que ele estava vendendo. Mentira. A gente viu por A mais B que não tinha casa quitada coisa nenhuma. A questão é que ele não tinha mais o dinheiro. O pouco dinheiro que ele tinha, ele armazenou pra poder conseguir fugir. A saída dele foi do Rio de Janeiro. Ele estava operando com uma pessoa e com capital de lá. Porém, deu um prejuízo de 80 mil reais, parece, nessa pessoa de lá. E de lá, ele fugiu pra Portugal ou Espanha. Ainda não se sabe ao certo. Inclusive, até os advogados ficaram no prejuízo, porque ele não pagou honorário nenhum”, afirmou.
Anos atuando no mercado e amizade com clientes
Uma terceira vítima disse que investiu na empresa ao lado de familiares e amigos, e que durante anos o negócio parecia seguro e lucrativo. A testemunha disse ainda que todos confiavam no empresário por ter mantido, além do relacionamento profissional, uma amizade e que não imaginavam que ele pudesse aplicar um golpe.
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“Conhecemos ele através de amigos em comum e começamos a investir na empresa. A gente colocava nosso dinheiro lá e todo mês ele retornava 10%. Desde então, já estava com anos no mercado e sempre funcionava normal. Quando começou a acontecer os problemas, a gente pensou que ele ia resolver a questão. Até porque ele sempre se comunicava dizendo que não ia deixar ninguém no prejuízo. Todo mundo ficou no voto de confiança porque todo mundo tinha uma amizade com ele. Ninguém acreditava que ele fosse sumir”, contou.
Cerca de 300 vítimas e a pergunta que não quer calar: onde está o Chico?
Segundo essa mesma vítima, o número de pessoas afetadas já passa de 300. Muitas delas estão se mobilizando para registrar boletins de ocorrência e buscar uma solução junto às autoridades.
“Tem mais de 10 dias que ninguém consegue contato com ele. A gente foi até atrás do advogado dele, mas o próprio advogado também sumiu”, relatou.
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O caso está sob investigação em uma delegacia de Timon, no Maranhão. No entanto, as vítimas relatam que a unidade policial não tem estrutura suficiente para lidar com a dimensão do crime. Por isso, estão tentando transferir as investigações para Teresina.
“A gente tá assim, desesperado, porque os próprios policiais de Timon disseram que lá não tem estrutura pra esse tipo de caso. A gente tá tentando fazer com que o caso fique em Teresina, porque muitos clientes são daqui”, declarou.
Outro lado
A TV Antena 10 tentou contato com o empresário Francisco Silva, mas sem retorno. O espaço segue aberto para esclarecimentos.