SoberanIA firma aliança para construir a maior infraestrutura de IA da América Latina e projeta investimento de R$ 100 bi

Governo do Piauí e MCTI unem-se à Scala, Modular e Telebras para construir infraestrutura nacional que blinda dados estratégicos

O governador Rafael Fonteles lançou, nesta terça-feira (9), em Brasília, o SoberanIA, projeto de IA criado no Piauí e agora apresentado ao país durante o Encontro Nacional de IA Soberana. O sistema, que já oferece produtos prontos para a administração pública, avança de software para “Infraestrutura de Estado”.

Ele destacou as expectativas com o avanço da IA. “O que esperamos com isso é, sobretudo, a melhoria da prestação do serviço público. A inteligência artificial permite que os serviços públicos evoluam de maneira mais eficiente, mais inclusiva, mais ágil e mais precisa. Esse investimento vai repercutir na qualidade do atendimento, como já estamos experimentando no Piauí, por exemplo, na saúde pública e na segurança pública”, afirmou Rafael Fonteles.

  
SoberanIA firma aliança para construir a maior infraestrutura de IA da América Latina e projeta investimento de R$ 100 bi Renato Braga
 
 
 

Após operar com sucesso em sua fase inicial, na qual o modelo já atende serviços públicos via API, o SoberanIA inicia agora a implantação da infraestrutura física de IA mais moderna e segura da América Latina. A aliança reúne Governo do Piauí, MCTI, Telebras, Modular e Scala Data Centers para disponibilizar nuvem soberana, datasets nacionais e capacidade computacional totalmente brasileira. A iniciativa garante domínio de toda a cadeia da IA, da energia renovável que alimenta os processadores ao software final.

O projeto já construiu a maior base de dados em português do mundo, ampliada de 130 bilhões para 350 bilhões de tokens e validada para uso comercial. A tecnologia impulsiona aplicações como o “Piauí Oportunidades”, com trilhas de ensino personalizadas, e o “BO Fácil”, que permite registrar ocorrências policiais por voz no WhatsApp. Com o lançamento nacional, gestores de todo o país podem acessar soluções de IA generativa treinadas com dados brasileiros.

Nesta nova etapa, o SoberanIA estabelece sua infraestrutura física em três núcleos integrados:

Fábrica de IA do Piauí (Teresina) – Sede dos pesquisadores e centro de desenvolvimento dos modelos fundacionais, refinamento, treinamento e preparação de dados. É onde a inteligência é produzida, com energia limpa e de baixo custo.

Cofre de Dados (Brasília) – Operado pela Telebras, será o repositório soberano das bases estratégicas do Estado, instalado em data center Tier IV em área militar, assegurando governança, proteção e integridade das informações.

Distrito Soberano (Sul do país) – Região com grande oferta energética e clima ideal para operação de GPUs em larga escala. Ali ocorrerão parte do treinamento contínuo, atualizações dos modelos e cargas de inferência para serviços públicos, garantindo redundância e continuidade.

À medida que avança, o projeto integrará novos nós estaduais, modernizando estruturas de processamento de dados e criando uma rede nacional de polos regionais de computação avançada, ampliando a capacidade, resiliência e capilaridade do sistema. Toda a infraestrutura segue padrões globais de sustentabilidade e estímulo à indústria nacional, alinhada ao programa Nova Indústria Brasil (NIB). O modelo prevê transferência integral de tecnologia, formação de profissionais locais e operação independente, protegida de riscos geopolíticos e comerciais.

A Scala Data Centers, pioneira em neutralidade de carbono e com 6 GW em portfólio, liderará o projeto técnico da infraestrutura hyperscale com 100% de energia renovável e reserva de 500 MW para o SoberanIA na Scala AI City (Eldorado do Sul). A Modular Data Centers, com parque fabril de 60 mil m² e mil profissionais, produzirá componentes customizados e lançará, em 2026, um centro dedicado à nacionalização de sistemas elétricos e de resfriamento líquido, com apoio do BNDES.

O ecossistema SoberanIA reduz dependência tecnológica, estimula conteúdo local e fortalece setores estratégicos. Com software, hardware, dados, infraestrutura e propriedade intelectual totalmente nacionais, o Brasil se posiciona entre os poucos países capazes de desenvolver e operar sua própria IA em escala industrial e com soberania. Já nas próximas semanas, será concluída a terceira fase do projeto, com a seleção do parceiro tecnológico responsável pela implantação da infraestrutura computacional e a divulgação do cronograma de execução.