Teresina é a capital brasileira que mais ama forró – 52% dos moradores apontam o gênero musical como preferido, índice três vezes superior à media das demais capitais (16%). A cidade também é a campeã de acesso ao circo, com 23% de frequência — frente a uma média nacional de 14%. Esses são alguns dos dados revelados nesta quarta (28) pela pesquisa Cultura nas Capitais, maior levantamento sobre o tema já produzido no Brasil, que analisou o comportamento dos moradores das 26 capitais e do Distrito Federal.
A pesquisa é da JLeiva Cultura & Esporte. Teresina figura entre as capitais onde a frequência a festas populares em geral é mais elevada (44%), e onde o interesse declarado por esse tipo de evento é um dos maiores do país — 54% dão nota de 8 a 10 para seu interesse em festas populares, numa escala de 0 a 10. Os dados reforçam a potência simbólica e afetiva dessas celebrações na construção da identidade cultural teresinense.
Segundo os números, as festas juninas ocupam um lugar central na vida cultural de Teresina e são uma expressão muito valorizada pela população local. De acordo com os resultados, 36% dos teresinenses participaram de festas juninas nos 12 meses anteriores à entrevista, um dos índices mais altos do país — atrás apenas de São Luís (38%). O reconhecimento desse protagonismo é ainda mais evidente quando se observa que 43% dos entrevistados consideram a festa junina o evento cultural mais importante da cidade, superando com folga outras manifestações, como Carnaval ou eventos religiosos.
Preferências musicais: protagonismo regional
A preferência musical dos teresinenses revela uma identidade sonora profundamente conectada às raízes populares do Nordeste. Além do forró, que desponta como o ritmo mais citado, número que posiciona Teresina como a capital mais forrozeira do país, o reggae, tradicionalmente forte em São Luís (MA), também tem espaço relevante: 17% dos moradores de Teresina o escolheram como um dos seus gêneros favoritos, o que faz da cidade a segunda colocada em afinidade com esse estilo.
Em contraste, ritmos como o samba (4%) e o rap (3%) aparecem com índices de preferência bem abaixo da média das capitais (11% e 9%, respectivamente). Outros gêneros com destaque na cidade incluem o sertanejo (34%), MPB (27%) e gospel (24%), demonstrando uma paleta sonora diversa.
Metodologia
Nesta edição da pesquisa Cultura nas Capitais foram ouvidas 19.500 pessoas, moradoras de todas as capitais brasileiras - as 26 estaduais, além de Brasília - com idade a partir de 16 anos, de todos os níveis socioeconômicos, entre os dias 19 de fevereiro e 22 de maio de 2024. As pessoas foram abordadas pessoalmente em pontos de fluxo populacional. Ao todo, os pesquisadores foram distribuídos por 1.930 pontos de fluxo (entre 40 e 300 por capital), em regiões com diferentes características sociais e econômicas. Os entrevistados respondiam até 61 perguntas, além das relacionadas a características sociais e econômicas (como escolaridade, cor da pele etc.). O instituto responsável pelo estudo é o Datafolha.
Além da pergunta sobre renda, a pesquisa também adotou o Critério Brasil de Classificação Econômica, um instrumento de segmentação econômica que utiliza o levantamento de características domiciliares (presença e quantidade de alguns itens domiciliares de conforto e grau de escolaridade do chefe de família) para diferenciar a população em classes: A, B, C, D ou E (Fonte: ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa).