A Universidade Federal do Piauí (UFPI) realizará, na quarta-feira, 10 de julho, a cerimônia de entrega do título de Doutora Honoris Causa à renomada cientista e arqueóloga Niède Guidon. O evento, que ocorrerá na cidade de São Raimundo Nonato (PI), contará com a presença do reitor Gildásio Guedes e será transmitido no canal UFPITV no YouTube.
A concessão do título de Doutor Honoris Causa representa a maior honraria dos segmentos honoríficos da UFPI, sendo concedida apenas a pessoas que tenham prestado significativas contribuições públicas à Universidade. A proposta é apreciada e aprovada pelo Conselho Universitário, e a distinção reconhece o agraciado como possuidor de caráter ilibado, comportamento exemplar e compromisso com o ensino superior, cultura e paz mundial.
Para o reitor da UFPI, Gildásio Guedes, a entrega do título é um reconhecimento fundamental dos trabalhos de Niède Guidon, além de celebrar a parceria entre a UFPI e o Parque Nacional Serra da Capivara. "O título é uma forma de reconhecimento ao seu excepcional trabalho e dedicação, realizados para promover e divulgar o Parque Nacional Serra da Capivara. A parceria entre a UFPI e o Parque Nacional é de extrema importância, pois ambas as instituições trabalham juntas para promover o desenvolvimento da região e incentivar a pesquisa arqueológica. Os espaços físicos do local são compartilhados e utilizados pelas instituições que atuam no parque, proporcionando aos estudantes de arqueologia um campo de pesquisa único e enriquecedor", destaca o reitor.
Niède Guidon será homenageada em decorrência de suas pesquisas arqueológicas no Piauí, sendo responsável pela descoberta de mais de 800 sítios pré-históricos na área e vestígios dos primeiros habitantes humanos da Terra. Os vestígios de presença humana foram descobertos em escavações arqueológicas realizadas principalmente em abrigos rochosos naturais com muitas pinturas rupestres, no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, que foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1991.
A teoria levantada por Niède Guidon é importante até os dias atuais, pois explica a história do povoamento das Américas. Segundo sua teoria, os primeiros humanos chegaram ao continente a partir do Estreito de Bering, localizado entre a Sibéria e o Alasca, por volta de 12 mil anos atrás.
Niède Guidon atuou na área por cinco décadas, sendo diretora-presidente da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM). Atualmente, ela é presidenta emérita. Em 2018, a pesquisadora também foi condecorada com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).