Após os ataques de drones e mísseis contra Israel na noite deste sábado (13), o Irã sinalizou o fim da ofensiva. Em comunicado publicado pela Missão Permanente do Irã nas Nações Unidas no X (antigo Twitter), as autoridades disseram que o “assunto pode ser considerado concluído”.
A nota reforça que a ofensiva representou uma resposta a repetidas investidas militares israelenses, entre elas um ataque que destruiu o consulado iraniano em Damasco, na Síria, no começo do mês. Teerã reafirma o compromisso com os princípios da Carta das Nações Unidas, mas diz que vai seguir defendendo “decisivamente” sua soberania e integridade territorial.
“Conduzida com base no Artigo 51 da Carta das Nações Unidas relativo à defesa legítima, a ação militar do Irã foi em resposta à agressão contra as nossas instalações diplomáticas em Damasco. O assunto pode ser considerado concluído. Contudo, se o regime israelita cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa.”
Além disso, as autoridades iranianas afirmaram que os Estados Unidos “devem ficar longe” do conflito.
Mais cedo, Joe Biden, presidente norte-americano, disse que compromisso do país com segurança de Israel contra ameaças do Irã e aliados é “inflexível”. Na publicação feita nas redes sociais, o democrata informa ter discutido o ataque iraniano durante reunião com a equipe de segurança nacional na Casa Branca. A postagem inclui uma fotografia do encontro, na qual é possível identificar a presença dos secretários de Estado, Antony Blinken e Defesa, Lloyd Austin, além de outras autoridades.
Defesa de Israel diz ter interceptado maioria dos drones e mísseis
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, informou que o Irã lançou mais de 200 projéteis em direção ao território israelense, o que inclui mísseis e drones. Segundo ele, “a vasta maioria” desses artefatos foram interceptados, com apoio de aliados.
Em pronunciamento à imprensa, Hagari afirmou que um “pequeno número” deles atingiu o solo e causou danos mínimos.
“Estamos operando com força total para nos defender”, disse ele.
Guterres condena escalada representada por ataque
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou a escalada das tensões militares representada pelo ataque amplo do Irã contra Israel.
“Apelo à cessação imediata destas hostilidades”, exortou, em comunicado divulgado neste sábado.
Guterres se disse “profundamente alarmado” com o risco de um conflito amplo no Oriente Médio e pediu que todos os atores envolvidos exerçam “máxima restrição” para evitar confrontos.
”Tenho enfatizado repetidamente que nem a região, nem o mundo podem permitir-se outra guerra”, ressaltou o secretário-geral da ONU.
Irã enviou dezenas de drones em direção a Israel
O Irã lançou neste sábado (13) um ataque contra Israel com dezenas de drones que, segundo a imprensa local, devem chegar em poucas horas ao espaço aéreo israelense. De acordo com o jornal The Times of Israel, as autoridades acreditam que os drones estão a caminho de alvos militares. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, anunciou restrições às atividades civis. O jornal israelense informa ainda que as diretrizes proíbem reuniões com mais de mil pessoas. Os iranianos tinham ameaçado atacar Israel na última semana pelo assassinato de sete membros do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica, incluindo dois generais, em Damasco, na Síria.
As Forças de Defesa de Israel divulgaram nota nas redes sociais informando que está em alerta máximo e monitora constantemente a situação operacional. “O conjunto de defesa aérea das Forças de Defesa de Israel está em alerta máximo, juntamente com os caças da Força Aérea Israelense e os navios da Marinha que estão em missão de defesa no espaço aéreo e naval. A defesa israelense está monitorando todos os alvos”, afirma a nota.
Segundo a agência de notícias Axios, os vídeos compartilhados online mostraram um enxame de drones iranianos sobrevoando o Iraque. Hagari disse que as Forças de Defesa de Israel articulam um plano de defesa junto ao Estados Unidos e outros aliados para interceptar os drones antes que cheguem a Israel. “Nossos sistemas defensivos estão implantados; estamos prontos para qualquer cenário, tanto defensiva quanto ofensivamente”, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Adrienne Watson, disse em comunicado que a Casa Branca está em “comunicação constante com autoridades israelenses, bem como com outros parceiros e aliados”.