EUA suspendem vistos para colombianos após presidente recusar deportações

Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, proibiu a entrada de aviões dos EUA com colombianos deportados. Governo Trump fechará seção de vistos

Horas depois de o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, dizer que só receberia colombianos deportados dos Estados Unidos em voos comerciais, o governo Donald Trump decidiu suspender o funcionamento do departamento de vistos da representação diplomática no país.

Segundo a imprensa colombiana, os EUA anunciaram que, a partir desta segunda-feira (27/1), fecharão a seção de processamento de vistos na Colômbia em retaliação à decisão do presidente colombino de não receber voos de repatriação de nacionais em aviões militares dos EUA, como o voo que chegou no Brasil na sexta (24/1) e está causando atrito diplomático.

  

EUA suspendem vistos para colombianos após Petro recusar deportações
Vinícius Schmidt/Metrópoles

   

“Os EUA não podem tratar os migrantes colombianos como criminosos. Proíbo a entrada de aviões norte-americanos com migrantes colombianos em nosso território”, escreveu Petro no X na madrugada deste domingo (26/1), após virarem notícia os relatos de brasileiros que viajaram acorrentados e denunciaram violência.

Ele disse ainda que os Estados Unidos devem estabelecer “um protocolo para o tratamento digno” dos migrantes antes do recebimento pelo país de origem.

Assim como o Brasil, a Colômbia assinou um acordo com os EUA para o regresso de nacionais repatriados ou deportados, o que acelerou o processo e ampliou a frequência dos voos. Em média, durante alguns meses do ano passado, chegaram pelo menos quatro aviões por mês em território colombiano.

Resposta

Ainda segundo Petro, existem 15.660 americanos estabelecidos irregularmente na Colômbia, que deverão entrar em contato com o serviço de imigração colombiano para regularizar a sua situação. “Os migrantes são seres humanos e sujeitos de direitos e devem ser tratados como tal”, salientou o presidente.

Situação do Brasil

A decisão do governo colombiano pode ecoar no Brasil, dada a crise que se instalou após brasileiros deportados no primeiro voo da era Trump chegarem algemados a Manaus (AM).