Crianças envenenadas no Piauí tiveram taquicardia, tremores e salivação, diz perito; relatório deverá ser concluído em 4 semanas

Perícia também avalia se material usado para intoxicar cajus foi chumbinho, cuja venda é proibida no Brasil

Batimentos cardíacos acelerados, salivação e tremores pelo corpo, esses teriam sido os sintomas sentidos por João Miguel Silva, 7 anos, e Ulisses Gabriel Silva, 8 anos, assim que o veneno dado por uma vizinha foi absorvido pelo organismo dos garotos. A informação foi dada com exclusividade à TV Antena 10, pelo perito geral da Polícia Técnico-Científica do Piauí, o médico legista Antônio Nunes. O laudo técnico da Perícia da Policia Civil do Piauí deverá ser concluído em 4 semanas.

Os dois irmãos passaram mal em uma residência no Conjunto Dom Rufino 2, bairro Primavera, na cidade de Parnaíba, litoral do Piauí, na semana passada sob suspeita de terem consumido um veneno supostamente dado por uma vizinha. Por volta das 20 horas eles foram socorridas para um hospital da cidade. O mais novo, João Miguel não resistiu e faleceu no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) nessa quarta-feira (28); o irmão dele segue em estado grave. 

  

João Miguel, de 7 anos, faleceu em hospital Reprodução

   

De acordo com o perito Antônio Nunes, os corpos absorveram as substâncias tóxicas e as crianças teriam sentido salivação, ausência respiratória, taquicardia, tremores, abalos e diarréia. Após a morte de João Miguel, exames constataram a presença de danos pretos no estômago. Além disso, a equipe analisa a hipótese de o material usado no envenenamento ter sido chumbinho, cuja compra e venda é proibida pela legislação brasileira.


“A gente também tem esses grânulos pretos no estômago. Não podemos afirmar nada até que os testes sejam finalizados. A nossa hipótese é de chumbinho, porque ele é um veneno que é proibido no Brasil e mata animais domésticos muito rapidamente e ser humano também”, disse.

  

Revoltados com o caso, populares incendiaram e destruíram a casa da suspeita em Parnaíba
TV Antena 10

   

Corpos de gatos encontrados próximo à casa da suspeita e e até cajus estão sob verificação pericial para detalhar como ocorreu a intoxicação. A suspeita, uma mulher de 52 anos identificada pelas L.M.C.S continua presa. O resultado oficial da perícia deve sair em até 4 semanas, completou Nunes. 

Suspeita acusa mãe de ‘inventar histórias’

Em audiência de custódia, Lucélia Maria negou que tenha cometido o crime e acusou a mãe das crianças de ‘inventar a história’ por ter desavenças com ela. No vídeo, obtido com exclusividade pelo A10+, a mulher também relatou que o veneno encontrado em sua residência era do irmão que pensou em tentar suicídio, mas acabou não usando e o material ficou na casa. De acordo com Lucélia Maria, o veneno era usado apenas para matar rato e barata. 

“Foi apreendido meu celular, meus documentos e essa coisa (se referindo ao veneno) eu disse logo para eles isso não é pra matar gente, isso foi o meu irmão que quis se matar envenenado e ficou esse veneno lá em casa, mas é para matar rato e barata e o outro é para formiga”, disse a suspeita durante audiência de custódia.