Um homem, que não teve seu nome divulgado, foi preso em flagrante pela polícia nesta quinta-feira (06), após atravessar uma barreira que impedia que motoristas e pedestres passassem por uma via que estava sendo higienizada por profissionais da limpeza pública. Segundo uma das mulheres que trabalhava no local, o homem atropelou cones, proferiu xingamentos contra ela e as colegas de trabalho e a agrediu com um tapa no rosto.
O caso foi registrado na manhã de hoje. No carro estavam o agressor e o pai dele, que o defendeu. Éricka Dayane, que é líder da equipe de limpeza, contou que foi humilhada e que desmaiou e caiu logo após ser agredida. Por conta da queda, seu celular quebrou.
“A rua estava interditada, fomos chamadas para ir limpar. Começamos 7h20 e quando era 11h a rua ainda estava fechada. Esse rapaz veio com o carro querendo passar, só que tinha um caminhão e 4 cones sinalizando que ele não podia. Ele passou por cima dos cones, tentei conversar com ele e pedir para ele não passar. Ele tentou atropelar as meninas e ele me chamou de vagabunda, deu um tapa no meu rosto e saiu. Quando ele saiu ia passando policiais na moto e em uma viatura e conseguiram pegar ele atrás do Cemitério São José. Eu desmaiei, nunca fui tão humilhada”, disse emocionada à TV Antena 10.
Charlene da Conceição, que também trabalhava no local, contou que o homem chegou a passar com o carro em cima de seu pé.
“A gente estava pegando o lixo e ele simplesmente passou com o carro por cima da gente, no que eu botei a perna ele empurrou. Ele queria passar, o pai dele saiu do carro e ainda disse “não machuque o meu carro”. Defendeu o carro, disse pra não bater no carro”, informou.
A advogada do grupo contou que se for entendido que o caso foi de violência de gênero, o caso vai deixar de se tornar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), que é um registro de um fato tipificado como infração de menor potencial ofensivo. Ela disse que a defesa busca tornar o caso um Boletim de Ocorrência (BO), onde vai ser instaurado um inquérito policial e posterior uma investigação até se tornar um procedimento criminal.
“O autor foi conduzido para a Central de Flagrantes e o delegado indicou para as vítimas virem para a Delegacia da Mulher porque caso a delegada entenda que se trata de uma violência contra gênero o procedimento vai ocorrer aqui. Estamos tentando comprovar que houve uma lesão corporal para desqualificar somente as vias de fato e trazer também para enquadrar violência contra o gênero feminino. Elas estavam em vulnerabilidade por estarem trabalhando naquele momento e por serem mulheres. Vamos até o IML para fazer o exame e enquadrar como lesão corporal vitimas”, finalizou.