Esquartejamento e envolvimento de facção: o que se sabe sobre o caso da mulher morta em Teresina

Corpo da vítima foi encontrado dentro de saco em uma cova rasa na zona Sudeste da capital; delegado dá detalhes

O delegado Bruno Ursulino, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), deu detalhes sobre a investigação que apura o homicídio de uma mulher identificada como Silvana Rodrigues de Sousa, de 21 anos. O corpo da vítima foi encontrado dentro de um saco, em uma cova rasa na região da Vila da Guia, na zona Sudeste de Teresina na quarta-feira (26). Em entrevista à TV Antena 10, o delegado contou que a vítima estava desaparecida há dias, sofria com problemas mentais e teria parado de tomar a medicação e entrado no mundo das drogas. 

“Ela seria uma garota que fazia acompanhamento junto ao Caps. A mãe apresentou laudos de acompanhamentos que ela apresentava um retardo mental. Ela suspendeu a medicação por conta própria e entrou no uso das drogas. A mãe nos relatou que ela tinha um comportamento um tanto quanto explosivo e desaparecia do convívio familiar. Ela mantinha contato com a família através das redes sociais e foi exatamente esse desaparecimento que despertou o alerta deles”, disse o delegado.

  

Segundo a polícia, Silvana foi esquartejada e partes do corpo foram jogados dentro de um saco em uma cova rasa Reprodução

   

A busca pelo corpo se deu após a polícia averiguar uma casa abandonada na região após denúncias de que uma pessoa havia sido assassinada no local. O corpo foi encontrado dentro de um saco plástico em um terreno abandonado. A perícia inicial, de acordo com o delegado, apontou que a vítima foi torturada e assassinada na casa abandonada. 

“Diante de todas as informações a gente pode afirmar que naquela casa foi onde foi tirado a vida da mulher e que ela é a Silvana, que os familiares estavam tentando buscar notícias dela. Tiraram a vida dela, esquartejaram no interior do imóvel, que eles conseguiriam fazer de uma forma mais ocultada e à noite realizaram o transporte dela para um local onde eles imaginavam que a polícia não iria encontrar”, comentou. 

O delegado Bruno Ursulino também destacou que a motivação do crime é clara, mas preferiu não divulgar os motivos para não interferir nas investigações. Ele também disse que membros de uma organização criminosa estão envolvidos, mas a polícia ainda não tem suspeitos do assassinato. 

“Certamente terá (envolvimento de facção), porque é uma região que tem o domínio de uma facção. A gente percebe que em toda a extensão da Vila da Guia a facção tem um ponto mais específico de atuação, que vai ser exatamente o ponto onde ela foi, possivelmente, torturada e posteriormente assassinada e esquartejada”, apontou o delegado. 

A polícia ainda apura como se deu a morte dela. “Existem diversas marcas no corpo dela, algumas delas por si só seriam capazes de levar a morte. A gente prefere aguardar uma análise mais apurada por parte do IML para que possa nos dizer a real causa da morte. Ao que tudo indica ela foi esquartejada depois de morta”, finalizou. 

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) segue as investigações para identificar os suspeitos do crime e se a vítima tinha algum envolvimento direto com uma organização criminosa.