Família alega que suspeito de assalto estava afastado da igreja e trabalhava; polícia investiga

Romário Pereira, de 32 anos, morreu após bater moto em poste durante fuga; ele também foi linchado

Familiares relataram à polícia que Romário Pereira Dantas, de 32 anos - morto após bater a motocicleta que pilotava em um poste e ser linchado por populares - trabalhava e estava afastado da igreja há mais de 30 dias. Ele na companhia de um comparsa assaltaram fiéis em uma igreja na noite dessa quarta-feira (12) no Residencial Teresina Sul.

Após cometer o assalto, a dupla fugiu, mas perdeu o controle da motocicleta e bateu contra um poste. Segundo a polícia, eles foram linchados por populares, sendo que Romário Pereira morreu no local e o comparsa foi socorrido e encaminhado ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT).

  

Família alega que suspeito de assalto estava afastado da igreja e trabalhava
Reprodução / TV Antena 10

  

Em entrevista à TV Antena 10, o delegado Francisco Costa, o Barêtta, coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) contou que a dupla estava praticando assaltos na região. Eles tentaram assaltar fiéis em uma igreja, mas as vítimas reagiram e agrediram os criminosos. 

"As pessoas derrubaram um da garupa da moto, o outro conseguiu fugir, mas bateu no poste. Eles foram espancados e um foi amarrado. O perito criminal constatou em exame preliminar que havia uma pancada grande na cabeça do que estava sem vida e algumas escoriações no corpo. O outro foi levado para o HUT. Se verifica que houve um excesso porque mataram uma pessoa e a outra ficou bastante ferida, mas isso é objeto da investigação, não podemos fazer nenhum juízo de valor, vamos verificar a situação do que foi passado", explicou.

  

Motocicleta que havia sido usada pelos criminosos para praticar assaltos
Thracy Oliveira / TV Antena 10

  

Barêtta relatou que a polícia vai investigar se as vítimas agiram em legítima defesa ou se houve excesso na ação, tendo em vista que um deles foi morto após ter sido linchado e o outro ficou ferido depois das agressões. Ao contrário do que a família disse, o delegado citou que os envolvidos já respondiam por crimes.

"Eles respondiam por roubo, furto, tráfico de drogas, mas evidentemente que ninguém pode tirar a vida de ninguém. Então a gente tem a dizer que reações com excesso temos que investigar", completou.

Segundo a família, Romário Pereira estava afastado da igreja há mais de 30 dias. Ele trabalhava e que no feriado resolveu praticar assaltos na companhia deste comparsa, que ainda não foi identificado. O caso será investigado pela Polícia Civil.