(Atualizada às 10h37)
Uma mulher usou as redes sociais para denunciar um policial militar do Piauí, identificado como coronel Ricardo Pires de Almeida, por suspeita de abuso cometido contra a filha dela de apenas 11 anos, no município de Paulistana, ao Sul do estado. (Veja o posicionamento da PM-PI ao final desta reportagem).
A mãe afirmou que o crime aconteceu na casa da avó da criança. A vítima revelou que já havia sido violentada outras vezes pelo policial.
"Eu estou muito abalada, mas não posso me calar sobre o fato que aconteceu com a minha filha, ela foi abusada por um monstro, o coronel Ricardo, de Teresina. O fato aconteceu na casa dos avós paternos. Eu estava no trabalho, e minha filha me liga aos prantos pedindo: mamãe, vem me buscar. [...] Minha filha relatou que não é a primeira vez, já tem outras vítimas, porque ele já está acostumado, não sei se vão se pronunciar, mas eu não vou me calar", afirmou.
A mulher desabafou que a filha está traumatizada e que não consegue ir trabalhar para dar assistência à ela. "Hoje eu estou com minha filha traumatizada, não estou indo trabalhar, porque sempre tem que ficar uma pessoa com ela. Eu vou fazer o que for preciso para os meus filhos, minha filha tem 11 anos, não joga mais bola, não vai brincar na pracinha com as amigas, mudou tudo, e eu peço justiça. Eu faço um apelo ao governador. Uma pessoa que deveria acolher nossas crianças, está abusando. Do jeito que ele fez com minha filha, ele é um monstro", ressaltou.
Ela clamou para que a Justiça seja feita e destacou que algumas pessoas estariam apoiando o ato do policial, e afirmaram que tudo se tratava de uma "brincadeirinha". "Tem gente querendo me calar, eu não vou me calar. É importante relatar pessoas que estão apoiando esse moço, dizendo: 'Não dá parte, não fala nada, é só uma brincadeirinha'. Eu quero é justiça e vou até o fim porque isso não se faz. Governador, eu quero pedir, tire esse homem, ele tem que pagar por isso. Eu quero justiça ", destacou.
Ela concluiu alertando aos pais sobre atenção com os filhos. "O tanto de cuidado que tenho com meus filhos, os avós têm muito cuidado. Eles saem do colégio e vão para a casa dos avós, é o lugar mais seguro. Mas esse moço estava lá e aconteceu. Fica o alerta que essas coisas acontecem onde a gente menos espera", disse.
À TV Antena 10, a delegada Thainah de Sousa Teixeira, informou que as investigações sobre o caso estão em andamento, e ressaltou que não poderia dar maiores detalhes pela necessidade de sigilo nas apurações.
"Esclarecemos que todas as diligências necessárias foram realizadas até o momento, e novas ações poderão ser tomadas conforme o desenvolvimento dos fatos e a necessidade da elucidação completa do caso. Contamos com a compreensão de todos e reafirmamos o nosso compromisso com a verdade e a justiça", afirmou por meio de nota.
Veja a íntegra:
A DIVISÃO DE ATENDIMENTO ÀS MULHERES E GRUPOS VULNERÁVEIS DE PAULISTANA-PI informa que as investigações referentes ao caso em questão estão em andamento. Reforçamos que, por se tratar de uma apuração sigilosa, não é possível fornecer mais detalhes neste momento, a fim de preservar a eficácia dos trabalhos e evitar prejuízos à investigação.
Esclarecemos que todas as diligências necessárias foram realizadas até o momento, e novas ações poderão ser tomadas conforme o desenvolvimento dos fatos e a necessidade da elucidação completa do caso.
Contamos com a compreensão de todos e reafirmamos o nosso compromisso com a verdade e a justiça.
Atenciosamente,
THAINAH DE SOUZA TEIXEIRA
Delegada de Polícia
O que diz a PM-PI?
A Polícia Militar do Piauí vem a público se pronunciar em razão da circulação, nas redes sociais, de um vídeo em que são atribuídas acusações de crime de estupro de vulnerável envolvendo um oficial da instituição.
A corporação está em contato com a Polícia Civil do Piauí para obter informações sobre a instauração de inquérito policial, dado que o caso envolve um crime de competência da esfera comum.
No âmbito militar, a Polícia Militar, por meio da Corregedoria-Geral, adotará as devidas providências e solicitará cópias do inquérito policial para a instauração de um procedimento administrativo, onde o referido oficial ficará afastado de suas funções durante as apurações.
A instituição reafirma seu compromisso com a transparência, o rigor e o respeito às normas e leis vigentes na condução deste caso.
Teresina, 30 de outubro de 2024.