A Polícia Civil revelou detalhes da “Operação Prodígio”, deflagrada na manhã desta terça-feira (05), que prendeu 30 pessoas envolvidas no esquema de fraude bancária por meio de empréstimos. Entre os presos, o único reincidente foi identificado como Anderson Ranchel. À TV Antena 10 o delegado Anchieta Nery afirmou que Anderson foi apontado como líder da quadrilha e já somava passagens por tráfico de drogas.
Ele costumava ostentar nas redes sociais e viajava bastante devido as milhas acumuladas pelas movimentações bancárias. Outro nome apontado pela investigação é o do pré-candidato a vereador em Amarante, Ilgner Lima; este foi preso no bairro Cristo Rei, zona Sul de Teresina.
"Desses 30, 29 são réus primários, não têm passagem policial. Apenas um preso, em Floriano, o Anderson já é condenado por tráfico de drogas. Todos os demais foi o primeiro contato deles com o corpo policial. Eles ofereciam o que infelizmente move muita gente na juventude hoje. É muito simples. Eu chego em um jovem hoje que quer dinheiro fácil e prometo isso. Olha tenho a oportunidade de um empréstimo para gente fazer, a minha taxa é 20 a 40% desse empréstimo, mas eu posso pegar até 50 mil para você, você fica com 30 e não precisa pagar", afirma.
A fraude consistia em cooptar pessoas para abrir contas bancárias com dados falsos (como profissão, renda etc.) que levassem o banco a aumentar o limite de crédito desse cliente. Uma vez aberta a conta, a associação criminosa simulava uma série de transações bancárias para “esquentar” a conta, de forma que o banco entendesse que aquela renda declarada era legítima.
Quando o grupo criminoso acreditava ter atingido o máximo de limite de crédito possível, “tombava” o banco, não realizando mais qualquer pagamento.
O prejuízo inicial foi de R$ 2 milhões em uma agencia bancária da zona Sul de Teresina. Com o decorrer das investigações, a polícia identificou a fraude a nível nacional com prejuízo de R$ 19 milhões ao banco, com R$ 5 milhões em agências do Piauí. Segundo a Polícia Civil, as investigações seguem para ajudar outros estados da federação na identificação de fraudadores.
"É só a primeira fase da operação. Essa é uma operação nacional. O crime aconteceu em mais de 15 estados da federação e nós, Polícia Civil do Piauí, olhamos para o que aconteceu na nossa terra. Conseguimos desenrolar essa guerra, identificamos 116 contratos fraudulentos, mas vamos avançar em compartilhar provas com outros estados da federação para surgir novas investigações, por exemplo, muitos cidadãos de Barão de Grajaú vieram fraudar agencias de Floriano. Vamos analisar a participação eventual de pessoas da instituição financeira, tudo isso vai vir nos próximos passos", encerra o delegado.
Ao todo, 30 pessoas foram presas, sendo 8 no interior e 22 na capital do Piauí.