O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), criticou nesta segunda-feira (29) o projeto alternativo à anistia aos envolvidos nos atos extremistas do 8 de Janeiro. Para o governador, a proposta “não satisfaz” o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Não conversamos sobre isso [a anistia]. Minha posição é de defesa da anistia, acredito na paz dialogada e ela já foi usada em outros momentos. Podemos citar a anistia de 1979, da recepção no texto constitucional, do artigo quinto que trata sobre anistia e indulto. [A redução de penas] não satisfaz o presidente”, afirmou o governador.
A declaração ocorreu após visita a Bolsonaro, que está em prisão domiciliar desde o início de agosto e foi condenado pelo STF a mais de 27 anos de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado. Ainda cabe recurso de tal condenação.
A Câmara aprovou um pedido de urgência a um projeto da anistia, mas o relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), tem defendido votar uma redução nas penas dos envolvidos que foram condenados por cinco crimes — o que pode beneficiar Bolsonaro. Contudo, o texto não traria a previsão de perdão.
A oposição tem criticado a tentativa de derrubar a anistia e parte da ala governista também é contra a redução das penas. O texto depende de um acordo com o Senado para avançar na Câmara.
O encontro entre Tarcísio e Bolsonaro foi acompanhado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e pelo vereador de Balneário Camboriú Jair Renan (PL-SC). Na saída da reunião, Tarcísio disse que visitou Bolsonaro pois o ex-presidente passa por um momento “difícil”.
“A gente estava conversando e ele, soluçando o tempo todo”, contou o governador de São Paulo, que voltou a negar uma eventual candidatura à presidência da República em 2026.
“Sou candidato à reeleição em 2026, em São Paulo. Vim visitar um amigo, que foi importante na minha trajetória”, afirmou.