Com possibilidade de votar anistia na Câmara, oposição e governo contam votos

Movimento ocorre na esteira de condenação de Bolsonaro por golpe

Com expectativa de que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), paute o projeto da anistia geral nesta semana, a oposição e o governo mobilizam aliados para contar votos.

O movimento ocorre na esteira de a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados por golpe de Estado. Ainda cabe recurso. A oposição pretende pleitear a votação novamente na próxima reunião de líderes, que ocorre na terça-feira (16).

  
Com possibilidade de votar anistia na Câmara, oposição e governo contam votos
Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
 
 
 

Com apoio do Republicanos, do PP, do União Brasil, do PL e do Novo, a oposição aventa ter mais de 300 votos a favor da urgência e do mérito da proposta. O grupo tem ainda a articulação do governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em favor da pauta.

Já o governo, tem o apoio do PT e busca votos contra a proposta. Um caminho a ser usado seria o de conseguir apoios nos partidos de centro, como MDB e PSD. Isso, é claro, além do PSOL, PDT, PSB e PCdoB, que são contra a anistia.

O centro, contudo, será o responsável pela aprovação ou reprovação do projeto, tendo em vista que são as bancadas mais dividas.

Líder do PT na Câmara, o deputado Lindbergh Farias (RJ) afirmou que o texto tem “clima de derrota”. “Hoje [o governo] tem voto para derrotar”, afirmou ao R7.

Já o líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), diz ter mais de 300 votos em prol do texto. Ele alega que Motta “tem que enfrentar” a pauta.

“É uma pauta que o Hugo Mota tem que enfrentar, mesmo com todas as pressões que ele sofre. É uma pauta igual ao que o [Davi] Alcolumbre tem que enfrentar. o voto do Fux é o voto mais qualificado na nossa visão. Foi o único que apresentou provas. ele citou cada réu”, disse.

Na Câmara, tramita um projeto que anistia os condenados pelos atos extremistas do 8 de janeiro. Mas a oposição articula uma anistia geral, que inclua o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no inquérito das fake news, que data desde 2019.

Mas tudo isso ainda depende do aval de Motta e, se eventualmente aprovado na Câmara, o texto ainda precisa passar pelo Senado, onde o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), já indicou ser contra a anistia, mas a favor apenas de uma revisão das penas aos condenados pelo 8 de janeiro.