Erika Hilton diz que conheceu assessores como maquiadores, mas enxergou neles "outros talentos"

Deputada nega uso indevido de verba de gabinete e diz ser alvo de perseguição política

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) usou as redes sociais nesta terça-feira (25) para rebater críticas após a repercussão de que teria contratado maquiadores com verba de gabinete. Em sua publicação, a parlamentar afirmou que os profissionais atuam como secretários parlamentares e exercem funções legítimas no mandato.

  

Erika Hilton diz que conheceu assessores como maquiadores, mas enxergou neles "outros talentos"
Reprodução

   

Segundo Hilton, os dois assessores foram, de fato, conhecidos por ela no ambiente da maquiagem, mas foram contratados após ela perceber “outros talentos” que os qualificavam para o trabalho legislativo. “Tenho dois secretários parlamentares que me assessoram em comissões, audiências, relatórios e dialogam com a população. Quando podem, fazem minha maquiagem — e eu os credito por isso. Mas se não fizessem, continuariam sendo secretários parlamentares”, declarou.

O deputado estadual Guto Zacarias (União-SP) protocolou nesta terça-feira, 24, uma notícia-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR) e uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). O parlamentar alega irregularidade na contratação de dois maquiadores pessoais como assessores parlamentares no gabinete da política. Em resposta, Hilton defendeu nas redes sociais a atuação dos profissionais como assessores.

Deputada denuncia tentativa de deslegitimação

A parlamentar também criticou o que classificou como “disseminação desumana” da notícia e afirmou que está sendo alvo de perseguição política por setores que, segundo ela, não aceitam sua atuação no Congresso. “Isso não são sintomas de uma contratação vista como suspeita. Isso são sintomas de uma perseguição, de uma tentativa de desmonte generalizado de tudo que alguém faz e já fez”, escreveu.

Hilton relacionou os ataques à resistência que encontrou ao barrar projetos legislativos e à sua presença ativa nas redes e em pautas sociais. Ela citou, por exemplo, a PEC do Fim da Escala 6×1 e o engajamento com a juventude para barrar propostas da oposição como motivos de incômodo para seus críticos.

Legalidade da contratação

A contratação de assessores parlamentares é permitida pela verba de gabinete a que todos os deputados federais têm direito. Não há exigência quanto à formação prévia dos profissionais, desde que eles exerçam funções compatíveis com o mandato, como participação em agendas, produção de relatórios, acompanhamento em comissões e atendimento à população.

A Câmara dos Deputados ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. Hilton finalizou dizendo que continuará com sua equipe, incluindo os assessores citados, e reiterou que todo o trabalho do gabinete é documentado com fotos, vídeos e registros oficiais.