“Tratamento pior do que chefe de facção”, diz Flávio ao reivindicar domiciliar a Bolsonaro

Senador se queixou das acomodações após visitar o ex-presidente na Superintendência da PF nesta terça-feira (2)

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, durante visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, que o tratamento que o pai está recebendo é “pior do que chefe de facção” e que as “ordem aos policiais” é “deixar ele (Bolsonaro) trancado, dentro de uma sala de 12m², na chave, o dia inteiro”.

De acordo com o senador, seu pai sai de onde está preso apenas durante “um período pequeno para fazer uma caminhada”. Além disso, Flávio reclamou que o espaço da cela é pequeno para que Bolsonaro possa se movimentar.

  
“Tratamento pior do que chefe de facção”, diz Flávio ao reivindicar domiciliar a Bolsonaro
Reprodução
 
 
 

“Dá 10 passos para um lado, 10 passos para o outro e já acabou o espaço. É uma pessoa que tem orientação médica para fazer exercício”, queixou-se.

Ainda segundo Flávio, que se referiu à sala onde Bolsonaro está como “cativeiro”, o local é “barulhento” por supostamente ficar ao lado de uma central de ar-condicionado.

“Uma pessoa idosa, que precisa de cuidados médicos, uma pessoa que todo mundo sabe que tem problemas de saúde e, ainda assim, é mantido em um lugar como esse, como um cativeiro. Isso é desumano”, opinou.

O liberal contou que seu pai teve refluxo durante a noite. E pediu às autoridades, novamente, que concedam prisão domiciliar humanitária ao ex-presidente, afirmando que seria “o mínimo de humanidade com pessoa honesta e inocente que está sem merecer”. “Não estão dando seriedade necessária para a saúde dele”, alegou o político.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes havia autorizado, na última quinta-feira (27), a visita de Flávio e do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), das 9h às 11h, com duração de até 30 minutos e de forma separada. Em regra, Bolsonaro pode receber visitas apenas às terças e quintas-feiras, com limite de dois familiares por dia.

Nesta quinta-feira (4), o ex-chefe do Executivo deve receber a filha, Laura Bolsonaro, e a esposa, Michelle. A decisão, assinada por Moraes no domingo (30), atende a pedido da defesa apresentado após o trânsito em julgado da condenação de Bolsonaro, que cumpre pena de 27 anos e 3 meses em regime fechado.