O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou neste sábado (22) seu compromisso de erradicar a fome no Brasil até o fim de seu mandato. Durante o segundo dia de comemorações pelos 45 anos do Partido dos Trabalhadores, no Rio de Janeiro, ele destacou os avanços sociais de seu governo e projetou um 2025 voltado para consolidar os resultados.
“Ainda faltam dois anos deste mandato. 2025 será o ano da colheita. Mas em 2026, é um compromisso de honra, vamos tirar o Brasil mais uma vez do Mapa da Fome”, declarou Lula.
Ricardo Stuckert/PR
O presidente ressaltou que medidas como o crescimento do PIB, a renegociação de salários acima da inflação e a retirada de 24 milhões de pessoas da faixa de insegurança alimentar são exemplos do que já foi alcançado. Ele também afirmou que, em dois anos, sua gestão já promoveu mais políticas sociais do que em seus governos anteriores.
O Brasil havia saído do Mapa da Fome em 2014, segundo relatório elaborado por agências da ONU, mas voltou a figurar no índice entre 2019 e 2021, mantendo-se no triênio seguinte (2020-2022) devido ao aumento da pobreza e da insegurança alimentar.
A fala ocorreu durante evento no Píer Mauá, no centro do Rio, que reuniu militantes e lideranças do PT. As comemorações começaram na sexta-feira (21), com palestras, exposições e atividades culturais.
A presença de Lula acontece em meio a um cenário de desafios para o governo, marcado pela alta no preço dos alimentos, queda na popularidade do presidente e pressões políticas por uma reforma ministerial.
Queda na popularidade
Em relação aos levantamentos que apontam crescimento na desaprovação do governo, Lula afirmou, também na quarta, nunca ter “levado a sério” os dados. Na semana passada, a pesquisa Datafolha apontou que 41% dos eleitores reprovam o presidente, o maior número já registrado pelo levantamento considerando os três mandatos dele como presidente. O petista tem, ainda, a pior aprovação dos três governos, com 24%.
“Eu nunca levei definitivamente a sério qualquer pesquisa feita em qualquer momento. Uma pesquisa serve para estudar, saber se tem que mudar de comportamento, mudar de ação, é isso que eu faço. A única coisa que posso dizer é que tenho mandato até 2026 e quero entregar o país que prometi durante a campanha eleitoral e vou entregar esse país talvez melhor do que prometi”, rebateu.
Fala polêmica
No início do mês, Lula chegou a sugerir que as pessoas deixem de comprar os alimentos que estão caros como forma de forçar a redução dos preços dos produtos. Lula argumentou, ainda, que não é porque a massa salarial e o salário mínimo cresceram que os vendedores podem encarecer os produtos
“Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai no supermercado e você desconfia que tal produto está caro, você não compra. Ora, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar”, declarou.
Para o presidente, deixar de comprar produtos caros faz parte da “sabedoria do ser humano”. O petista também afirmou que os brasileiros não podem ser “extorquidos”.