O Hospital Getúlio Vargas (HGV) realizou, nesta semana, uma cirurgia inédita para correção de uma doença cardíaca congênita rara, conhecida como anomalia de Ebstein, em um paciente de 30 anos, natural do município de Francisco Ayres (PI). O procedimento foi bem-sucedido e o paciente já apresenta boa evolução.
O cirurgião cardíaco Daniel Siqueira explicou que a técnica utilizada é considerada revolucionária e foi criada pelo médico brasileiro José Pedro da Silva, que atualmente reside nos Estados Unidos.
Foto: Ascom HGV
“Pela primeira vez realizamos essa técnica aqui no HGV, que consiste na reconstrução do ventrículo direito, envolvendo a válvula, o aparelho subvalvar e o anel da válvula do coração”, destacou o cirurgião.
De acordo com Daniel Siqueira, antes da criação dessa técnica, pacientes com essa malformação cardíaca precisavam se submeter a um transplante de coração.
“Antes da criação dessa técnica, a plastia da valva não funcionava tão bem e era necessário implantar uma prótese e, em casos extremos, pensava-se até em transplante cardíaco. Com a técnica utilizada, o paciente já apresentou uma boa evolução. Ontem mesmo já foi extubado e se encontra acordado e falando”, explicou.
O médico ressaltou ainda a importância do avanço cirúrgico e o orgulho de aplicar no Piauí uma técnica reconhecida mundialmente.
“É uma técnica muito revolucionária, desenvolvida e difundida pelo Dr. José Pedro da Silva, que tive a oportunidade de ter como professor em São Paulo. Aplicá-la pela primeira vez no HGV representa um marco para a cirurgia cardíaca do nosso estado”, concluiu o cirurgião.
A diretora-geral do HGV, Nirvania Carvalho, disse estar satisfeita com os bons resultados apresentados pela cirurgia cardíaca realizada no hospital. “O HGV está a cada dia se aprimorando para atender às demandas de alta complexidade que chegam até nós”, destacou.