Após 50 dias de buscas, fugitivos da penitenciária federal de Mossoró são presos no Pará - Brasil
APÓS 50 DIAS

Após 50 dias de buscas, fugitivos da penitenciária federal de Mossoró são presos no Pará

Buscas mobilizaram ao menos 600 agentes; criminosos escaparam da prisão na madrugada de 14 de fevereiro


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(Atualizada às 16h44)

Os dois foragidos da penitenciária federal de Mossoró (RN) foram capturados nesta quinta-feira (4), 50 dias após a fuga. Rogério da Silva Mendonça, 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33, foram encontrados em Marabá (PA) em uma ação conjunta da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Eles tinham escapado do presídio na madrugada de 14 de fevereiro. A fuga foi a primeira desde a implementação do Sistema Penitenciário Federal no Brasil, em 2006.

A busca pelos detentos envolveu pelo menos 600 agentes. Desde que escaparam da penitenciária, Rogério e Deibson tinham sido vistos em diversas ocasiões. Dois dias após a fuga, os homens teriam feito uma família de refém, na zona rural de Mossoró. Neste dia, a polícia também encontrou pegadas, calçados, roupas, lençóis e uma corda, além de uma camiseta do uniforme da penitenciária, em uma área de mata.

 

Fugitivos da penitenciária federal de Mossoró são presos
Divulgação

 

A força-tarefa dedicada à captura encontrou, em 25 de fevereiro, um possível esconderijo onde os fugitivos permaneceram por alguns dias, próximo à prisão. Foram descobertas um facão, uma lona e várias embalagens de comida no local.

Em 27 de fevereiro, os fugitivos foram avistados em um vilarejo no Rio Grande do Norte, onde foram reconhecidos pelos moradores locais. Antes que a polícia pudesse intervir, eles retornaram para a mata. Uma recompensa de R$ 30 mil chegou a ser oferecida pela Polícia Federal por informações que levassem à captura dos foragidos.

Foragidos de Mossoró planejavam fugir para o exterior, afirma Lewandowski

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse na tarde desta quinta-feira (4) que os fugitivos da penitenciária federal de Mossoró (RN) planejavam ir para o exterior. "Fugitivos estavam em comboio do crime", afirmou o chefe da pasta, que falou em "vitória das forças de segurança". Mais quatro suspeitos de auxiliar na fuga foram detidos. Um fuzil foi apreendido com eles, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal).

  
Ricardo Lewandowski Fábio Rodrigues / Agência Brasil
 
 
 

"Foram presos em uma ponte [em Marabá (PA)]. Essa ponte foi fechada dos dois lados", declarou o ministro. "Foi uma operação extremamente bem sucedida. Não foi disparado um tiro, nenhum ferido, nenhum morto", comemorou.

"Eles voltarão para o lugar de onde saíram, em Mossoró.". O ministro afirmou que a estrutura do presídio foi corrigida e que os problemas que levaram à fuga dos detentos foram resolvidos.

"Quero afirmar que é uma vitória do Estado brasileiro, das forças de segurança do Brasil, que demonstra que o crime organizado em nosso país não será bem-sucedido", comemorou o ministro. Tivemos a demostração disso quando desvendamos o crime da vereadora Marielle [Franco], um trabalho de inteligência capitaneado pela Polícia Federal, MPF [Ministério Público Federal] e MP [Ministério Público] estadual, mostrando que a coordenação de forças leva ao sucesso", disse o titular da pasta da Justiça e Segurança Pública.

Suspeitos de auxiliarem na fuga

Três indivíduos foram detidos em flagrante sob suspeita de auxiliar na fuga de detentos da penitenciária de segurança máxima em Mossoró, no Rio Grande do Norte. As prisões ocorreram na fronteira entre o Rio Grande do Norte e o Ceará em 22 de fevereiro.

Além das detenções, foram apreendidas armas, drogas, munições e um veículo suspeito de ter sido usado para fornecer armas aos criminosos durante a fuga.

Além desses suspeitos, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Acre prendeu o irmão de um dos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró. Ele tinha mandado de prisão a céu aberto por roubo e participação em organização criminosa.

Outro homem, suspeito de colaborar com os fugitivos, foi preso em 26 de fevereiro. Identificado como Ronaildo da Silva Fernandes, ele é proprietário de um sítio em Baraúna, na divisão do Rio Grande do Norte com o Ceará. Fernandes teria recebido R$ 5 mil para abrigar os fugitivos por oito dias. Os fugitivos, Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, escaparam da penitenciária de segurança máxima em 14 de fevereiro.

Primeira fuga da história em penitenciária federal

A fuga é a primeira desde a implementação do SPF (Sistema Penitenciário Federal) no Brasil, em 2006. Os detentos tiveram acesso a ferramentas usadas na reforma pela qual a unidade passa. Para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, uma "série de fatores" levou à fuga, como falhas de construção da estrutura prisional e falta de funcionamento de câmeras e lâmpadas.

Os dois presos fugiram pela luminária que ficava em uma parede lateral da cela. Depois de atravessar a abertura, os fugitivos escalaram o shaft — vão interno para passagem de tubulações e instalações elétricas — até o teto, onde quebraram uma grade metálica e chegaram ao telhado da prisão.

"Em vez de a luminária e o entorno estarem protegidos por laje de concreto, estava fechada por um simples trabalho comum de alvenaria. Outro problema diz respeito à técnica construtiva e ao projeto. Quando os fugitivos saíram pela luminária, entraram naquilo que se chama de shaft, onde se faz a manutenção do presídio, com máquinas, tubulações e fiação", explicou o ministro em entrevista.

Os fugitivos teriam conseguido alcançar, por meio do shaft, o teto do sistema prisional, onde também não havia nenhuma laje, grade ou sistema de proteção. "É uma questão de projeto. Quem fez deveria ter imaginado que a proteção deveria ter sido mais eficiente", avaliou o ministro.

Para Lewandowski, o fato de a ação dos criminosos ter ocorrido na madrugada da terça de Carnaval para a Quarta de Cinzas pode ter facilitado a operação, porque as "pessoas costumam estar mais relaxadas" nesse período.

Estrutura da penitenciária

A penitenciária de Mossoró tem área total de 12,3 mil m². Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, os custodiados ficam em celas individuais, equipadas com dormitório, sanitário, pia, chuveiro, mesa e assento. Não há tomadas nem equipamentos eletrônicos.

 

SSP-PI envia equipe para ajudar recaptura de fugitivos da Penitenciária Federal em Mossoró
Divulgação

 

Dentro das penitenciárias federais, há unidades básicas de saúde, e todos os atendimentos básicos são realizados pela equipe de especialistas e técnicos dos locais. Também há parlatórios para o atendimento de advogados e salas de videoconferência para participação em audiências judiciais.

Para ser transferido para o sistema penitenciário federal, os presos precisam ter cargo de liderança ou cometer crime que ponha em risco a integridade física no presídio comum; integrar quadrilha envolvida em crimes com violência ou grave ameaça; ser réus colaboradores ou delatores premiados com risco à integridade física; ou estar envolvidos em fugas, violência ou grave indisciplina no presídio de origem.

Fugitivos de Mossoró foram encontrados a quase 1,5 mil km de distância da penitenciária

Os dois foragidos da penitenciária federal de Mossoró (RN) foram capturados nesta quinta-feira (4) a quase 1,5 mil km do presídio. Rogério da Silva Mendonça, 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos permaneceram 50 dias fora da penitenciária, de onde fugiram em 14 de fevereiro. A fuga foi a primeira desde a implementação do Sistema Penitenciário Federal no Brasil, em 2006. Eles foram presos durante uma ação conjunta entre a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

Três indivíduos foram detidos em flagrante sob suspeita de auxiliar na fuga de detentos da penitenciária de segurança máxima em Mossoró. As prisões ocorreram na fronteira entre o Rio Grande do Norte e o Ceará, em 22 de fevereiro.

Também foram apreendidos armas, drogas, munições e um veículo suspeito de ter sido usado para fornecer armas aos criminosos durante a fuga.

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado, no Acre, chegou a prendeu o irmão de um dos fugitivos. Ele tinha mandado de prisão aberto por roubo e participação em organização criminosa.

Outro homem, suspeito de colaborar com os fugitivos, foi preso em 26 de fevereiro. Identificado como Ronaildo da Silva Fernandes, ele é proprietário de um sítio em Baraúna, na divisão do Rio Grande do Norte com o Ceará. Fernandes teria recebido R$ 5 mil para abrigar os fugitivos por oito dias.

Fonte: R7


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