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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira (6) a prevalência de “interesses egoístas” sobre o “bem comum”, no que diz respeito às mudanças climáticas.
“Em um cenário de insegurança e desconfiança mútua, interesses egoístas e imediatos preponderam sobre o bem comum de longo prazo”, destacou, ao citar a importância do Acordo de Paris — tratado internacional adotado em 2015 que define metas para enfrentar as mudanças climáticas, como limitar o aquecimento global a 1,5°C.

“É o momento de levar a sério os alertas da ciência. É hora de encarar a realidade e decidir se teremos ou não a coragem e a determinação necessárias para transformá-la”, disse.
Em Belém, Lula abriu a cúpula de líderes da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025). No discurso, ele ressaltou a importância do evento está sendo em uma capital da Amazônia. “É justo que seja a vez dos amazônidas de indagar o que está sendo feito pelo resto do mundo para evitar o colapso de sua casa”, destacou.
O evento na capital paraense reúne delegações de ao menos 143 países até sexta (7), mas não contará com a presença dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, nem da Argentina, Javier Milei, que não priorizam a pauta climática.
Apesar das ausências, os dois países terão representantes na cúpula e na COP30, que começa na próxima segunda (10) e vai até 21 de novembro.
Programação
Mais cedo, Lula recebeu as autoridades e, no almoço, lança o TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre, na sigla em inglês), iniciativa brasileira de preservação ambiental. O petista busca investimentos externos no fundo.
De tarde, o brasileiro inaugura a primeira sessão temática da cúpula, sob o chamado de “Clima e Natureza: Florestas e Oceanos”.
Após os debates, Lula oferece um jantar aos líderes globais. Entre os eventos oficiais, o presidente deve seguir com reuniões bilaterais com autoridades de outros países.
Para esta quinta, estão previstos encontros com o príncipe de Gales, William, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e o presidente da França, Emmanuel Macron.
Cúpula de líderes
Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a cúpula é o momento em que os líderes mundiais “darão o termo de referência” para orientar as negociações da COP30.
Embora nas últimas COPs — realizadas nos Emirados Árabes Unidos e no Azerbaijão — as reuniões de líderes tenham aberto oficialmente o evento, o formato deste ano será diferente: o encontro de alto nível foi deslocado do calendário oficial da conferência, mas manterá o papel de definir as diretrizes políticas que guiarão as tratativas da COP30.
Na sexta-feira, os debates se concentrarão em transição energética pela manhã e, à tarde, em NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), financiamento climático e nos dez anos do Acordo de Paris.
Além disso, são esperadas, para a cúpula dos líderes, novas iniciativas e compromissos multilaterais.
Entre eles, o Chamado à Ação sobre Manejo Integrado do Fogo, o Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis e a Declaração sobre Fome, Pobreza e Ação Climática.
Lula também deve apresentar um Chamado à Ação Climática, para identificar lacunas na implementação do regime internacional do clima e propor soluções para superá-las.
Fonte: R7