Dia das Mães: a luta contra o preconceito e a alegria de quem conseguiu vencer o câncer no Piauí - Cidades
ESPECIAL A10+

Dia das Mães: a luta contra o preconceito e a alegria de quem conseguiu vencer o câncer no Piauí

Nessa data especial, o A10+ reuniu duas grandes histórias de mães que enfrentaram desafios, lutaram e hoje celebram o amor com seus filhos


Neste domingo (12) é celebrado o Dia das Mães. Pensando nisso, o A10+ reuniu duas grandes histórias inspiradoras: de uma mãe que lutou contra o preconceito e direitos iguais para sua filha lésbica, e a outra que venceu um câncer - uma doença que mata milhões de pessoas todos os dias - e hoje celebra a vida ao lado dos filhos e familiares. 

A jornalista e professora aposentada, Lurdinha Nunes, sempre lutou pelos direitos dos LGBTQIA+, como membro do coletivo Mães Pela Diversidade, e quando sua filha Ana Amélia se assumiu lésbica. Apesar do medo, ela pôde dar para a filha o acolhimento que ela precisava.

Atuante em diversas ações em defesa dos direitos e na criação de leis em defesa aos LGBTQIA+, ela acredita que a trajetória dela e do marido nessa luta encorajou mais a filha a ser aberta sobre sua sexualidade com os pais.

A jornalista e professora aposentada, Lurdinha Nunes
Arquivo Pessoal


"Eu sempre militei nesta causa, participei de várias ações em nível estadual (criação de ONGs que têm como missão defender a causa LGBTQIA+), nacional e internacional. Acredito que ela teve coragem de falar que era ‘menina que gostava de menina’ porque observava que tanto eu quanto o pai dela abraçamos a causa porque quem é pai ou mãe de LGBTQIA+ são pais de todos e todas", disse ao A10+.

Lurdinha conta que, o sentimento inicial, foi de preocupação por ter contato com diversos relatos de preconceito contra gays, e temer como o ódio poderia afetar a vida de sua filha em um país que, todos os dias, gays e lésbicas são vítimas de violência e crime de ódio. 

Lurdinha, o marido Paulo Humberto, e os filhos Paulinho e a Ana Amélia
Arquivo Pessoal

   

"Preocupação não porque ela é lésbica, mas pela maldade e crueldade de pessoas da sociedade em razão do preconceito. Por conviver com pessoas LGBTQIA+ muitas vezes escutava depoimentos fortes de quem não aceita a homossexualidade e que demonstra maldade em seus atos", relatou. 

Ela também destacou que como mãe e estando rodeada de outras mães que se juntaram para lutar pelos direitos dos filhos a fortaleceu, deu mais coragem para lutar por sua filha e outros "filhos e filhas" que enfrentam preconceitos apenas por amar. 

O coletivo Mães Pela Diversidade é formado por mães (em maioria) e pais de pessoas LGBT. Alguns membros do grupo perderam filhos para crimes de ódio. O coletivo surgiu em 2014, no estado de São Paulo, e se estendeu para 14 estados do país. O principal objetivo do grupo é lutar pelo respeito aos filhos e filhas lésbicas, gays, trans, travestis, bissexuais, assexuais e mais. 

A jornalista e professora aposentada, Lurdinha Nunes, sempre foi ativa na luta pelos direitos dos LGBTQIA+
Arquivo Pessoal

   

Amor que cura

Em todo o ano, mas principalmente em datas especiais como essa, que reforçam o significado de ser mãe, a dona Erizeuda Maria, de 66 anos, lembra da importância do companheirismo dos filhos e de toda a família. Erizeuda descobriu um câncer de estômago em 2019 e por anos passou por diversas sessões de quimioterapia; hoje ela conta como estar perto de seus 4 filhos e netos a ajudou em seu processo de cura.

“Descobri que estava com câncer no estômago em 2019, nesse momento delicado pude contar com os meus 4 filhos e 8 netos. Na primeira consulta minha neta Rayza me acompanhou e me ajudou, já durante todas as sessões de quimioterapia meus 4 filhos, Karla, Valéria, Yone e Neto, foram revezando os dias para nunca me deixar sozinha”, contou ao A10+. 

Dona Erizeuda Maria
Arquivo Pessoal


Erizeuda contou que esse é um processo dolorido e longo, mas que o amor recíproco pelos filhos e pela família a fazia lutar cada vez mais contra a doença.

“Eles são minha base, sempre que me sentia triste eles me ajudavam a ter mais força para seguir em frente. Foram dias difíceis, mas finalmente, depois de 8 sessões de quimioterapia, fui curada e terminamos esse processo com muita alegria. Na clínica onde fiz o tratamento, ao final dele tocamos um sino, o som da vitória, o som da cura! Lá pude comemorar esse obstáculo que foi superado com sucesso com meus filhos e meus netos, como também com os funcionários, médicos e enfermeiros”, disse ao A10+. 

Ela conta como estar perto de seus 4 filhos e netos a ajudou em seu processo de cura
Arquivo Pessoal


Cerca de 5 anos depois, agora curada, os filhos de Erizeuda continuam ao seu lado, de onde nunca saíram, mas dessa vez comemorando todos os dias a vida da mãe, que faz questão de sempre reunir toda a família agora para celebrar os dias felizes e de saúde.

“Hoje, depois de 5 anos, todos os meus exames estão excelentes! Continuo fazendo minhas atividades, reunindo minha familia toda semana, aproveitando o máximo a minha vida, graças a Deus e graças ao apoio dos meus familiares”, finalizou.

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Fonte: Portal A10+


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