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Enquanto muitos casais se preparam para celebrar o Dia dos Namorados, há quem opte por exaltar o amor-próprio. Não por egoísmo, mas por encontrar aconchego na própria presença. Neste especial de Dia dos Namorados, o A10+ apresenta histórias de quem escolheu celebrar o amor — seja a dois ou de forma independente.
A jornalista Dhara Leandro, de 24 anos, escolheu valorizar a própria companhia. Solteira e satisfeita, a maranhense que vive no Piauí garante não sentir pressão para estar em um relacionamento. Para ela, o Dia dos Namorados é como qualquer outro: uma oportunidade de fazer o que gosta, livre de cobranças ou expectativas.
Arquivo Pessoal
“O que eu mais valorizo na solteirice é o meu tempo. Pode até soar egoísta, mas eu sou uma pessoa que valoriza muito os meus próprios gostos, o meu tempo comigo mesma”, afirma.
Apoio não vem somente de um companheiro
Dhara conta que essa forma de enxergar o amor-próprio não surgiu de repente. A mudança aconteceu quando ela trocou de emprego e percebeu como era libertador viver sem alguém ao lado tentando minimizar suas conquistas. Em vez disso, passou a contar com o apoio genuíno de amigos e familiares, o que fortaleceu ainda mais sua jornada.
Arquivo Pessoal
“O momento que me deixou mais feliz foi quando mudei de emprego e eu não tinha alguém diminuindo minhas conquistas, ou me falando que eu não conseguiria ser boa naquilo”, conta.
Desde então, Dhara percebeu o quanto evoluiu emocionalmente. Para ela, estar sozinha não é sinônimo de solidão — muito pelo contrário. Nesse tempo, ela fortaleceu laços e construiu relações mais significativas com amigos e familiares.
“A minha própria companhia tem sido a mais importante. E eu descobri que gosto de ter paz”, brinca.
Outro ensinamento importante veio da percepção de que estar em um relacionamento não é, necessariamente, garantia de felicidade.
“Relacionamento é uma coisa que deve ser construída em conjunto, e é melhor não entrar em um se você não tiver pronto pra abrir mão de algumas coisas e tentar fazer dar certo.”
Arquivo Pessoal
Dhara não descarta a possibilidade de um novo romance, mas diz que não abriria mão de certas coisas que conquistou sozinha. “Se um novo relacionamento surgisse, eu não abriria mão de ter tempo pra sair com outras pessoas, família, amigos. Acho que o relacionamento não tem que ser uma prisão e todo mundo precisa de um pouco de espaço”, afirma.
Ao ser questionada sobre o que diria para alguém que teme a solidão, ela é direta. “A solidão é normal, mas é essencial pra se redescobrir e alinhar expectativas pra uma próxima experiência. Reconhecer o que você pode melhorar em si mesmo e o que procurar num próximo parceiro”.
Para ela, a diferença entre solidão e solitude está justamente na escolha. “Solidão tem um tom mais negativo, você se sente mal por estar sozinho. Enquanto a solitue é uma escolha consciente e até prazerosa.”
Do recreio para o altar
Na Paraíba, a mais de 1.100 km da capital do Piauí, vivem Klarice, de 23 anos, e Edward, de 22. Hoje noivos, eles se conheceram ainda no ensino médio. O que teve início como uma conversa casual no corredor da escola evoluiu para um noivado repleto de sonhos e planos para o futuro.
O primeiro contato aconteceu em 2017, no oitavo ano, quando Edward, recém-chegado à escola, puxou assunto ao notar o papel de parede do celular de Klarice.
“Eu fico meio envergonhado quando lembro dessa história. Vi de relance um personagem de videogame e, na minha cabeça genial de 14 anos, era impossível uma garota gostar de jogo. Então fui perguntar ‘você sabe quem é esse?’. Ótima primeira impressão, né?”, brinca Edward.
Para Klarice, o momento foi menos vergonhoso e mais natural. “Ele chegou a conversar comigo logo nas primeiras semanas. Não foi algo marcante de cara, mas depois disso comecei a reparar mais nele. A gente se conectou muito rápido”.
“A gente não se esforça pra ter assunto, e às vezes até o silêncio vira conversa do tanto que a gente se entende”, completou Edward.
A permissão dos sogros
O namoro oficial veio pouco tempo depois, marcado pela tensão de conhecer os sogros.
“Poucos momentos são tão assustadores na vida do que estar sentado na sala de estar dos sogros esperando uma resposta positiva ao pedir permissão para namorar a filha deles. Depois desse surto de adrenalina a ficha de que algo sério está nascendo cai muito rápido”, lembra ele.
“Saber que ele estava lá, com toda aquela coragem (risos), e sentir a importância que aquilo tinha nos fez entender que não era algo passageiro. A gente nem lembra a data exata desse dia, mas contamos nosso tempo juntos a partir do nosso primeiro encontro, em novembro 2017. Eu estava super nervosa, seria uma ida ao cinema, nada parecia bom o suficiente pra sair, o que acabou me atrasando um pouco… e ele ficou tenso, sem saber se eu realmente iria aparecer! (spoiler: eu fui)”, diz Klarice.
Amadurecimento
De lá pra cá, os dois amadureceram, mas nem tudo foi tão fácil. A transição para a vida fora da escola, sem se ver todos os dias, foi um desafio. O choque de realidade foi grande, sentiram falta um do outro, mas terminar nunca foi uma opção.
“Se tem uma das poucas certezas na minha vida é que nunca houve um momento em que eu estive perto de terminar com essa mulher”, garante ele.
“Nãooo! Com todos os “os” mesmo! Nosso relacionamento sempre foi muito leve de lidar. Sempre que surgia algum problema, a gente parava pra conversar, mesmo que não fosse na hora, então nunca houve espaço pra pensar”, afirma ela.
A final do campeonato de videogame
O pedido de noivado, feito em setembro de 2023, foi tão inesperado quanto inusitado: em plena final do campeonato de videogame. E não dava para ser mais nerd. Tudo entrou nos planos do rapaz, até mesmo a segurança do estádio para não ser barrado com a aliança.
“Hoje em dia eu confesso que eu tenho um pouco de vergonha do contexto, acho que pouquíssimas coisas tornariam o nosso pedido de noivado mais Nerd do que ele acontecer numa final de campeonato de videogame. A sensação de pedir no meio da arquibancada com o estádio lotado foi gratificante, mas confesso que fico um pouco sem graça de ter que responder à pergunta “como assim campeonato de videogame?“ toda vez que eu conto a história para alguém. Mas sem dúvida é o momento que eu guardo com mais carinho no meu coração. O dia 9 de setembro de 2023. Desde esconder a aliança ao trajeto todo. Até ter que envolver o segurança do estádio no meu plano pra evitar de ser pego no detector de metal", disse.
A designer não suspeitou de nada. Só notou um comportamento mais atencioso do que o normal.
“Foi um dia muito divertido e emocionante. E, por mais que eu ainda fique incrédula com isso… eu não desconfiei de nada! Sempre achei que seria o tipo de pessoa que perceberia, que sentiria no ar, sabe? Mas ele me surpreendeu totalmente! Lembro que no dia ele estava mais atencioso do que o normal não que ele não seja atencioso, viu? (risos) mas tava diferente, e eu nem me toquei. Sempre imaginei que choraria muito nesse momento, mas a verdade é que eu estava tão eufórica porque o nosso time estava ganhando uma final de campeonato, que quando ele me propôs, eu fiquei foi risonha e espantada! Não esperava mesmo, e talvez por isso tenha sido ainda mais emocionante”, disse ela.
Entre histórias de amor que nasceram de amizades adolescentes e se transformaram em compromissos para a vida inteira, também há espaço para diferentes formas de felicidade no Dia dos Namorados. No fim das contas, o que realmente vale é a delicadeza do amor — independentemente da forma que ele assume.
Fonte: Portal A10+