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(Atualizada às 12h51)

Exames médicos da bebê de 1 ano que estava com parafusos dentro do corpo apontam que ela não foi estuprada, como havia sido informado inicialmente pela Polícia Militar. O caso ocorreu na cidade de Pedro II, interior do Piauí. O pai, que chegou a ser preso, foi ouvido e solto ainda na terça-feira (19). Ele negou os abusos, mas segundo a polícia, o homem já responde por violência doméstica. 

Ao A10+, o delegado Júlio de Carvalho, responsável pelo caso, relatou que a companheira do suspeito também negou o abuso. Segundo ele, a principal suspeita é que a criança, de apenas 1 ano, engoliu os objetos, mas ambos foram expelidos naturalmente, sem necessidade de intervenção cirúrgica.

"Houve uma desinformação que foi repassada, mas não pela Polícia Civil. De acordo com os médicos que atenderam o caso, não há qualquer violação sexual da criança. Está íntegra a região da genitália da criança. Inclusive a região perianal. Também de acordo com os médicos, os dois objetos estranhos que foram encontrados no interior da criança [parafusos] não foram inseridos por baixo, é impossível. Não há qualquer marca, nem recente nem cicatrizada, na região. Foi inserido pela parte superior. A criança deve ter provavelmente engolido", relatou. 

As vítimas deram entrada no Hospital Josefina Getirana Neta com sinais da violência. A equipe médica identificou que havia objetos metálicos, um prego e um parafuso, no corpo da criança após a realização de um Raio-X. Além disso, outras marcas tanto na mãe quanto na bebê denunciaram o crime. A menina foi encaminhada para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT). 

“A mãe da criança informa que não há qualquer possibilidade dele ter realizado esse tipo de conduta que lhe foi atribuído [abuso sexual contra a criança]. Ela informou que a criança nunca ficou sem ela por qualquer minuto e inclusive informa que ele é bastante agressivo com ela, inclusive já há outros procedimentos policiais e processuais de agressões dele com ela, mas que com relação a criança ele jamais tocou nela nesse sentido”, completou o delegado ao A10+.

A Polícia Militar confirmou ao A10+ que o homem já havia sido preso outras vezes, inclusive por violência doméstica. 

O delegado informou ainda que a família vivia em situação de vulnerabilidade na zona Rural de Pedro II em condições precárias para a criação de uma criança. A polícia especula que a menina tenha engolido os objetos por falta de uma alimentação adequada e também por falta de cuidados dos pais.

“Elas vivem situação bastante precária, na zona Rural, não tem benefícios. Elas já fazem acompanhamento com assistente social, com o CREAS daqui da região, e já foi relatado pra gente que já sentiram fome, já passaram fome por algumas oportunidades e lá realmente elas moram num terreno baldio, sem qualquer saneamento. Já foram feitas visitas onde a criança estava nua, no chão. Então a gente entende que há uma real probabilidade da criança ter engolido esse prego, tendo em vista essas condições de moradia, de falta de higiene, de falta de qualquer condição viável pra uma criança viver”, acrescentou. 

O delegado finalizou informando que as investigações seguem e que o suspeito está em liberdade porque não houve nenhum flagrante de materialidade de abuso sexual. 

Fonte: Portal A10+