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O poeta, jornalista, editor, empresário cultural e terceiro ocupante da Cadeira nº 30 da Academia Piauiense de Letras, Álvaro dos Santos Pacheco, faleceu nesta sexta-feira (21), aos 92 anos. Ele faleceu no Rio de Janeiro, onde vivia desde 1959, após enfrentar complicações de saúde decorrentes do Mal de Alzheimer, encerrando uma trajetória decisiva para a literatura, o jornalismo e a memória cultural do país.
Nascido em Jaicós, em 1933, Álvaro Pacheco formou-se em Direito pela Universidade do Rio de Janeiro, mas foi no universo das letras que consolidou sua identidade intelectual. Atuou por muitos anos na Folha da Manhã, no Piauí, e integrou a equipe responsável pela reformulação do Jornal do Brasil entre 1956 e 1962. Também colaborou com algumas das principais publicações do país, como O Cruzeiro, Manchete e O Jornal. Em 1958, coordenou o grupo que concluiu e inaugurou o Pavilhão Internacional do Campo de São Cristóvão, sede da primeira Exposição Internacional do Rio de Janeiro.
Como editor e empreendedor cultural, tornou a Editora Artenova uma das mais modernas estruturas gráficas de sua época, instalando em Benfica (RJ) um parque gráfico de referência. Foi pioneiro na introdução da composição eletrônica na indústria gráfica brasileira, em 1969. Fundou ainda a Artenova Filmes e a Ariel Cinematográfica, ampliando sua atuação para a produção e distribuição de filmes nacionais e internacionais.
Autor de 12 livros de poesia, publicou obras como Os Instantes e os Gestos, Pastos da Solidão, Margem do Rio Mundo, O Sonho dos Cavalos Selvagens, A Força Humana, A Matéria do Sonho, O Homem de Pedra, Tempo Integral, Itinerários, Seleção de Poemas e A Balada do Nadador no Infinito, que lhe rendeu o Prêmio Nacional de Literatura do Pen Clube do Brasil em 1985. Em 1992, lançou Geometria dos Ventos, com parte de seus poemas traduzidos para inglês e italiano.
Sua poesia, marcada por temas universais como amor, finitude e reflexão existencial, recebeu reconhecimento de grandes nomes da literatura brasileira, entre eles Carlos Drummond de Andrade. Seu legado permanece como referência sólida na cultura brasileira.
Fonte: Portal A10+
