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O A10+ obteve acesso ao vídeo que mostra um encontro entre o empresário Junno Pinheiro Campos de Sousa e o promotor de justiça Mauricio Verdejo Goncalves Junior, alvo da “Operação Iscariotes” da Polícia Federal, em conjunto com a Procuradoria Geral do Ministério Público Estadual. O investigado é suspeito de exigir propina de R$ 3 milhões para arquivar processo contra o empresário no Piauí.
As imagens mostram Junno Pinheiro se encontrando com o promotor em um condomínio de luxo. Os dois conversam e em um determinado momento o empresário entrega uma sacola preta para Mauricio Verdejo. Momentos depois, ambos entram em uma residência. Durante o cumprimento dos mandados, as equipes apreenderam cerca de R$ 900 mil, documentos e aparelhos eletroeletrônicos.
Assista!
Junno Pinheiro Campos procurou o plantão da Polícia Federal e denunciou que havia sido abordado pelo promotor de justiça em um restaurante no litoral do Piauí, ocasião em que o Mauricio Verdejo teria dado o prazo de poucos dias para que a vítima pagasse a quantia expressiva para não ser mais investigada.
A equipe de investigação conseguiu confirmar o teor dos relatos da vítima, conseguindo, inclusive, registrar o recebimento de parte do montante pelo investigado. Diante da representação ministerial, o Tribunal de Justiça do Piauí expediu mandado de busca e apreensão contra o promotor.
Mauricio Verdejo é titular da 6ª Promotoria Criminal de Picos. Ele poderá responder pelo crime de concussão, que consiste na conduta de exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. Já o empresário era investigado acerca de supostas irregularidades em um processo licitatório para fornecimento de equipamentos da área da saúde, o qual uma empresa de Junno foi contratada.
Empresário se manifesta
O Grupo Imagem, uma das empresas de Junno Pinheiro, se manifestou através de nota nas redes sociais acerca da Operação Iscariotes. O comunicado destaca que o Diretor Geral do grupo, diante da extorsão, não teve outra alternativa senão denunciar o caso às autoridades competentes.
“Apesar do grupo ter absoluta convicção de não ter praticado qualquer ato ilícito, essas acusações e ameaças, sem qualquer fundamento ou base probatória, estão sendo questionadas legalmente perante o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, onde, certamente, tudo virá à luz e as motivações não republicanas serão reveladas, como no caso da operação de ontem”, diz trecho da nota.
Confira o comunicado na íntegra:
O Grupo Imagem, atendendo aos inúmeros pedidos de manifestação e esclarecimentos solicitados pela imprensa após a Operação "Iscariotes", deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com a Procuradoria Geral do Ministério Público Estadual, vem a público informar que estava sendo vítima de atos criminosos de concussão, extorsão e abuso de poder.
O Diretor Geral do grupo foi abordado por uma autoridade pública que ameaçou implicá-lo criminalmente em falsas denúncias e investigações fabricadas relacionadas a licitações, caso não pagasse valores indevidos. Apesar do grupo ter absoluta convicção de não ter praticado qualquer ato ilícito, essas acusações e ameaças, sem qualquer fundamento ou base probatória, estão sendo questionadas legalmente perante o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, onde, certamente, tudo virá à luz e as motivações não republicanas serão reveladas, como no caso da operação de ontem.
Reiteramos que o acontecido foi um ato isolado, praticado por um membro do Ministério Público que agiu em desrespeito ao espírito republicano do órgão. Este membro exigiu dinheiro para não atacar a idoneidade do Grupo Imagem e de seus sócios, utilizando-se de investigações fabricadas e operações midiáticas destinadas a ferir a honra dos proprietários do Grupo. Diante dessa agressiva extorsão, o Diretor Geral do Grupo Imagem não teve outra alternativa senão denunciar o caso às autoridades competentes, incluindo a Polícia Federal e o Ministério Público.
Como resultado, foi deflagrada a operação conjunta "Operação Iscariotes". Em razão do segredo de justiça, no momento, não podemos fornecer maiores detalhes. Continuamos comprometidos em oferecer serviços de qualidade e manter a confiança de nossos clientes.
Agradecemos o apoio e a compreensão de todos durante este período difícil, especialmente o apoio institucional dos policiais federais, membros do Ministério Público e do Poder Judiciário do Estado do Piauí.
Outro lado
O A10+ procurou a defesa do promotor de justiça, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria acerca do assunto. O espaço segue aberto para esclarecimentos através do e-mail: [email protected]
Fonte: Portal A10+