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A Polícia Civil deu mais detalhes acerca da Operação Jogo Sujo II, deflagrada nesta quarta-feira (09) no Piauí e Maranhão, que resultou na prisão de influenciadores digitais e até policiais. De acordo como delegado Humberto Mácola, a falta de regularização dos jogos impede que as pessoas lesadas sejam compensadas pelos seus prejuízos. Até o momento, 22 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e cinco pessoas foram presas. Outras três seguem foragidas.
Veja abaixo quem são os alvos:
"Por mais que pareça uma prática popular é uma prática que está sendo maléfica à sociedade piauiense e à sociedade Brasileira. Já temos várias vítimas na nossa delegacia que foram lesadas, jogaram, ganharam, não receberam, tentaram entrar em contato com alguns influenciadores desses que foram presos, e não tiveram resposta. Porque não tem um ente que regularize e audite o que está sendo jogado", esclareceu o delegado Humberto.
As investigações para a segunda fase da operação iniciaram há cerca de seis meses e vão continuar através da análise dos materiais apreendidos, entre eles carros de luxo, joias e dinheiro. Segundo a polícia, será analisado se os bens apreendidos poderão ser revertidos para as vítimas.
Foi descoberto ainda, que muitas das plataformas são utilizadas para o estelionato, com falso vídeos de ganhadores ou emulações de plataformas. Entre os presos, o influencer Lokinho, o cabo Jairo da PM, a empresária Milena Pamela e outros influencers da capital piauiense.
Como funcionava o esquema
Como o dinheiro proveniente da atividade é ilegal, o criminoso tenta "lavá-lo" para dar uma aparência de legalidade, segundo o delegado Alisson Landim. Para conseguir mais vítimas, os líderes do esquema, segundo a polícia, usavam a visibilidade dos influenciadores.
"Tem uma pessoa que é como se fosse um agenciador, que entra em contato com os influenciadores e oferece as condições para a divulgação, como se fosse mesmo um algum tipo de marca", disse.
"O potencial de popularidade era um dos fatores mais importantes, tendo em vista que eles pagam justamente pelos acessos. Geralmente são feitos pelos stories, porque tem um link para clicar", explicou o delegado Filipe Bonavides.
Das redes sociais para a prisão
Dentre os presos estão: Pedro Lopes, o "Lokinho", Letícia Ellen, Milena Pamela e Brenda Ferreira, além do pai dessa última identificado como Ferreira Neto, que estava em posse de uma arma de fogo. O empresário conhecido como Robin da Carne está foragido, mas segundo apurado pelo A10+, ele deverá se apresentar à Polícia Civil em breve. O cabo Jairo, que foi conduzido após a apreensão de um celular com restrição de roubo e furto, assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foi solto horas depois.
"No caso dos policiais [Cabo Jairo e Sargento Mota] foram cumpridas buscas e apreensões e encontramos um dispositivos na casa de um deles. Ele [cabo Jairo] foi autuado e assinou um TCO. Nesse caso de prisão por receptação são analisados alguns critérios, como a quantidade de aparelhos, a colaboração, e a relação da pessoa da dentro da organização. Ele continuará respondendo pela lavagem de dinheiro, jogo de azar, teve bens apreendidos, e será tudo analisado. Se for o caso, se for emitido nova busca ou prisão, até mesmo de qualquer um que por ventura seja liberado pela Justiça, ainda poderão ocorrer novas ações", disse o delegado Humberto Mácula.
Com relação aos valores recebidos pelos indivíduos investigados, o delegado destacou que eram quantias volumosas pagas principalmente considerando o potencial de alcance de cada influenciador.
Leia também: "Estou presa, e daí? Tô podre de rica", debocha influencer Brenda Ferreira após ser alvo de operação em Teresina
"Recebemos as informações que os valores variam muito, mas podemos garantir que são altas somas semanais. Ainda vamos quantificar, alguns estão colaborando, e precisamos coletar todos os dados. O potencial de popularidade é relevante porque eles são pagos pelos acessos, principalmente, pelos stories por causa dos links clicáveis", acrescentou.
Apreensões
A polícia também destacou que foram apreendidos veículos de luxo, joias, bolsas avaliadas em cerca de R$ 20 mil e meio milhão em espécie, além do bloqueio de ativos financeiros. As investigações apontaram que o patrimônio e o estilo de vida ostentado pelos envolvidos são incompatíveis com as atividades legais que alegam exercer.
"Essas atividades paralelas, criadas para aparentar legalidade, são completamente incompatíveis com o padrão de vida e o nível de patrimônio exibidos nas redes sociais. Tudo isso foi constatado durante o cumprimento das ações de hoje. Isso será investigado mais a fundo, mas já evidencia a lavagem de dinheiro para tentar legitimar os recursos obtidos através das plataformas", destacou.
Saiba quem são os envolvidos:
- Letícia Ellen (presa)
- Diogo Macedo (preso)
- Milena Pamela (presa)
- Marta Evelin / Yrla Lima (foragida)
- Brenda Raquel (presa)
- Douglas Guimarães (preso em hotel de São Paulo)
- Maria Geiceli (Babados Teresina) só busca na casa
- Jefferson Victor (Teresina fofoqueira) apenas busca
- Antonio Robson (Robin da carne) foragido
- Lokinho (preso)
- Matheusinho
- Matheus Guerra da Silva
- João Vaz Neto
- Yasmin Sales
- Cabo Jairo (Preso com um celular roubado )
- Sargento Mota (busca na residência)
Fonte: Portal A10+