📲 Siga o A10+ no Instagram, Facebook e Twitter.

A Polícia Civil do Piauí deve indiciar por lesão corporal grave e por homofobia o estudante de medicina envolvido em uma briga dentro de um bar em Parnaíba, litoral do Piauí. Ao A10+ o delegado Ayslan Magalhães, responsável pelo caso, confirmou que um laudo apontou lesão corporal grave. A vítima apresentou um atestado de 60 dias e de acordo com o Código Penal, a lesão corporal grave se caracteriza pela incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias. As vítimas deram entrada em uma medida protetiva. 

"Um novo exame será feito em 30 dias pelo perito médico legal. Ele (suspeito) confessou a agressão, mas disse que não foi por homofobia. Disse que foi por um desentendimento dentro do bar", afirma o delegado. 

O esposo da vítima, Victor Chaves, afirmou ao A10+ que o casal precisou sair da cidade por temer represálias do suspeito. O laudo constatou que Arthur Carvalho está com o cotovelo trincado, precisando de tipoia por 30 dias, e vai precisar de fisioterapia. 

"Hoje a nossa maior tristeza é porque estamos reclusos. A gente está refém, fomos oprimidos, aconteceu a questão toda do crime de homofobia, agressão física, o agressor já assumiu, mas negou homofobia. Porém temos todas as imagens e testemunhas também. O que mais deixa triste é que estamos reclusos, a gente ter que se retirar do nosso ambiente por puro medo. A faculdade não se manifestou, falou que o fato ocorreu fora e eles não precisam se envolver. A gente se sentiu humilhado e impotente. Fui agredido verbalmente e meu esposo fisicamente", relata. 

O A10+ não conseguiu contato com a defesa de Moises Costa. O espaço segue aberto para esclarecimentos através do email: [email protected] ou no WhatsApp (86) 3218-1010. 

Entenda o caso

Um casal de estudantes denunciou ter sido vítima de homofobia. O caso ocorreu na madrugada do último sábado (30) em um bar na cidade de Parnaíba, no litoral do Piauí. Ao A10+, uma das vítimas relatou que um homem identificado como Moises Costa Martins, que também é estudante de medicina, proferiu discursos homofóbicos contra o casal e agrediu um deles com chute. A delegacia de Parnaíba investiga o caso. 

O rapaz espancado foi identificado como Arthur Carvalho, de 28 anos. Victor Chaves, esposo da vítima, relatou que o agressor foi apresentado a ele como namorado por uma amiga que o casal teria conhecido na noite anterior. Durante a apresentação, Moisés teria feito gestos obscenos e xingado Victor.

"Ele começou a me xingar, mandou eu tomar no c*, disse para namorada dele que ela queria ficar na mesa com um bando de viados, por isso não queria ficar com ele. Fez gestos obscenos e ela começou a pedir perdão. Eu chamei meu esposo, que estava na área de fumantes porque fiquei com medo. Quando eu o chamei, ele levantou o cigarro e falei que ia apanhar. O Moisés foi na mesa dele, pegou uma garrafa, foi quando meu esposo viu e veio correndo. Meu marido pediu respeito e empurrou ele no ombro. Foi quando os seguranças entraram. Houve aquela discursão e eles se retiraram", afirma.

O casal permaneceu no local e minutos depois, Arthur Carvalho foi agredido e ficou desacordado: "Pensávamos que ele tinha ido embora. Quando meu esposo saiu para fumar, uns 10 a 15 minutos depois, o agressor veio e deu um chute nele. Meu esposo caiu desacordado e gravou bastante na cabeça porque a gente nunca passou por isso. Ele ficou em estado de choque e eu comecei a chorar. Chegou a polícia e acabou a festa. Fizemos o boletim de ocorrência e realizaram a perícia. Os policiais protegeram a gente no IML", explica.

Denúncia de homofobia

De acordo com o delegado Ayslan Magalhães, um homem foi intimado nesta terça-feira (03) pelo crime de apologia ao crime nas redes sociais. O comentário foi feito em um rede social em postagem sobre o caso envolvendo o casal gay em um bar de Parnaíba. O homem comentou: "fez o certo, eu faria pior". 

"Ele foi ouvido, confessou que realizou o comentário nas redes sociais, mas que não fez com essa intenção. Mas o crime de apologia ao crime está no código penal e ele tipifica a conduta dele que elogia, ou estimula determinado crime ou criminoso. Então a partir do momento que ele escreve nas redes sociais de que, se referindo ao ato homofóbico e ao suposto criminoso que praticou o crime de homofobia, está qualificado o crime", explica o delegado.

Contra o homem que fez o comentário foi lavrado um termo circunstancial e ele responderá pelo crime.

Fonte: Portal A10+