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Francisca Danielly Mesquita Medeiros, de 38 anos. Esta é a identificação da mulher que foi presa acusada de manter uma parente em cárcere privado por 15 anos em Teresina. O caso foi denunciado em 1ª mão pelo A10+ e TV Antena 10 nesta terça-feira (23). A vítima, segundo a polícia, era constantemente agredida fisicamente e psicologicamente na casa da mulher no bairro Ilhotas, zona Sul da capital.
Danielly Medeiros é fisioterapeuta. Ela concorreu ao cargo de vereadora nas eleições de 2020, mas desistiu da candidatura. Ela é natural de Chapadinha, no Maranhão.
Em entrevista ao Balanço Geral Piauí, da TV Antena 10, o delegado Odilo Sena relatou que a menina vivia com os pais e recebeu um convite de uma prima para passar a Semana Santa no interior do Maranhão. Lá ela foi sequestrada pela mulher e levada para Teresina. Os pais da vítima são de baixa renda e possuem poucas instruções. A acusada, que é prima de 2º grau da jovem, trouxe a mulher para capital e, posteriormente, passou esconder informações sobre o paradeiro da moça.
"Essa moça tinha apenas 12 anos na época quando recebeu uma oferta da prima de segundo grau para passar a Semana Santa no interior do Maranhão, depois disso ela retornaria. Só que essa senhora pegou a menina e trouxe para Teresina. Ela transformou essa criança, que hoje tem 27 anos de idade, numa escrava. Trabalhava de manhã, de tarde, à noite, não tinha sossego em nenhum segundo. Ela cuidava do filho autista dessa senhora e ela apanhava dessa senhora por conta da criança. Ela apanhou diversas vezes desde os 12 até os 27 anos. Ela era massacrada psicologicamente e fisicamente", disse o delegado.
Nos depoimentos, durante os últimos 15 anos, foram pouquíssimas as vezes que a jovem tinha autorização para sair de casa. Não era permitido frequentar a escola. Na residência, além dos trabalhos domésticos, também era a responsável pelos cuidados de outra criança, filho da acusada, com autismo.
A vítima contou à polícia que era trancada dentro do quarto, ameaçada e agredida todos os dias. Odilo Sena também relatou que a família tentava entrar em contato, mas recebia ameaças de morte da mulher. "Tentaram buscar, reaver a menina e ela começava a ameaçar a prima dela. Ameaçava de prisão, de perseguição e de opressão porque ela tinha terrenos, imóveis e ela conhecia a maldade", disse.
Mãe da vítima afirma que foi enganada
De origem simples, Maria do Socorro, mãe da vítima, contou à TV Antena 10 que, na época, acreditava que a prima iria ajudar a menina, colocando-a para estudar. Ela afirmou que assim que descobriu que sua filha era escravizada, entrou em contato com Danielly, por várias vezes, na tentativa de pegar a menina de volta, mas segundo ela, não teve nenhum retorno.
“Ela disse que minha filha iria estudar, ia dar do bom e do melhor para a menina, mas veja o estado da minha filha. Nunca deu um centavo, tirou os documentos da minha filha como ‘doida’, mas ela nunca foi.Eu quero justiça. Quando eu sabia que ela tava com a menina no interior, eu ia atrás delas, mas chegava lá e não encontrava a menina”, relatou a mãe bastante emocionada.
A acusada foi levada para delegacia e ficará à disposição da justiça.
Fonte: Portal A10+