Mourão diz que diálogos entre militares sobre suposta tentativa de golpe são ‘conversas de botequim’ - Política
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Mourão diz que diálogos entre militares sobre suposta tentativa de golpe são ‘conversas de botequim’

Segundo Mourão, no Brasil, em 2022, não havia nada que pudesse basear a decretação de um estado de defesa ou de sítio


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Ex-presidente da República, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) classificou como “conversas de botequim” os diálogos revelados pela PF (Polícia Federal), em que militares aparecem tramando uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

“Quando a gente espremer esse assunto todo, vamos ver que é mais uma conversa, quase uma conversa de botequim do que algo que efetivamente pudesse ser realizado”, disse o senador em entrevista ao R7, ao destacar que não acredita que a prisão preventiva do general da reserva Mario Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência da República, manche a imagem das Forças Armadas.

  
Mourão diz que diálogos entre militares sobre suposta tentativa de golpe são ‘conversas de botequim’
Marcelo Camargo / Agência Brasil
 
 
 

Fernandes, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 35 pessoas são indiciados pela PF pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O general Braga Netto também consta na lista, sendo preso pela PF na última semana. No momento da entrevista, contudo, Braga Netto ainda não havia sido detido.

Segundo a polícia, as provas contra o grupo foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário.

Ao lado de outros militares, Fernandes ainda é apontado pela PF como participantes de um plano para matar, em dezembro de 2022, o ministro Alexandre de Moraes, o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e Geraldo Alckmin.

Para Mourão, contudo, toda situação era “conversa de gente que parecia que estava desequilibrada em determinado momento”. A operação da PF interceptou diversas mensagens trocadas entre os militares. Os diálogos possuem expressões e termos que podem dar a entender de que planejavam um golpe de Estado.

Eles mencionam, por exemplo “quatro linhas da Constituição é o caceta” e “vamos ao vale tudo”. Além disso, citam o ex-presidente Jair Bolsonaro como se estivessem aguardando uma ordem dele para agir.

Mourão, que é general da reserva, classificou as mensagens como “flashs de coisas que são colocadas” e “sem nexo” e destacou ser importante ter o contexto das conversas.

“Mais uma vez fica muito claro que é tudo uma conversa de gente que parecia que estava desequilibrada em determinado momento”, ponderou.

Durante a investigação da suposta tentativa apurada pela PF, a corporação ainda encontrou uma minuta de golpe na sala de Bolsonaro, localizada na sede do PL (Partido Liberal) em Brasília. O documento buscava mudar o resultado da eleição e tinha como objetivo supostamente decretar estado de defesa no prédio do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A medida seria tomada após a eleição de 30 de outubro, na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vencedor. Pelo texto, o resultado do pleito seria desconsiderado, sob a suposta alegação de ter ocorrido fraude na votação.

Segundo Mourão, no Brasil, em 2022, não havia nada que pudesse basear a decretação de um estado de defesa ou de sítio.

“Não estávamos em uma situação de grave comoção social. Vi que falaram, em algumas vezes, de colocar estado de defesa no TSE, isso não existe. Estado de defesa se coloca em uma região, não em uma instituição. São coisas que, na minha visão, não estava entendendo o que estava se passando. Por isso que o presidente Bolsonaro em nenhum momento se expressou favorável a uma solução dessa natureza”, declarou.

Ao R7, Mourão comentou sobre o governo Lula 3, avaliando como “disfuncional”, disse que, caso o senador Davi Alcolumbre (União-AP) seja eleito presidente do Senado terá de “tomar algumas atitudes” para defender as prerrogativas do Parlamento frente ao STF, que não enxerga outro nome com destaque para as eleições de 2026 sem ser Bolsonaro, criticou a relatoria do ministro Alexandre de Moraes em inquéritos no STF, avaliou as ações do governo Lula no Rio Grande do Sul após as fortes enchentes e mais.

Fonte: R7


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