Marinalda Ribeiro, prima de Marly, uma das vítimas fatais do acidente ocorrido em novembro de 2024 em Teresina, criticou duramente a decisão da juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri, que concluiu que não há provas suficientes para levar o influenciador Lokinho e seu ex-companheiro, Stanlley Gabryell, a julgamento pelo júri popular.
Em entrevista exclusiva à TV Antena 10, Marinalda questionou o entendimento da magistrada, que, segundo ela, desconsiderou os elementos apresentados pela acusação, incluindo o laudo da perícia técnica. “O que a gente só pode fazer é agradecer essa juíza por estar inocentando eles e desqualificando o trabalho de uma equipe profissional de peritos, que conferiram que houve sim aceleramento do carro em direção às vítimas. Nada disso foi levado em consideração”, disse, indignada.
Marinalda citou que o laudo pericial é claro quanto ao comportamento do motorista no momento do acidente. De acordo com ela, os peritos constataram que o veículo estava a cerca de 50 km/h e, já próximo às vítimas, foi acelerado para 74,9 km/h, colidindo diretamente contra as mulheres que estavam na calçada.
"O que está no laudo pericial é o seguinte, eles vinham a 50 e poucos km/h, chegando próximo às vítimas eles aceleraram para 74,9. Jogando o carro pra cima delas. Se isso não foi um assassinado, uma brincadeira de mal gosto com as vítimas, vai ser o que? não tinha nada na frente deles", questionou.
Além da revolta com a decisão judicial, a familiar também criticou a postura dos acusados em relação ao amparo da criança sobrevivente do acidente, filha de uma das vítimas. Em janeiro deste ano, a Justiça determinou que Stanlley Gabryell pagasse pensão às crianças órfãs das vítimas do acidente, mas segundo ela, os acusados alegam dificuldades financeiras e não pagam os valores. Ela também questionou sobre a quantidade de advogados de defesa atuando no processo.
“Eles têm quatro advogados, eles alegam que não têm condições de arcar com as despesas médicas da criança. Em janeiro foi determinado um valor para ele depositarem para essas crianças, até agora, depois daqueles R$ 1 mil de antes, foi depositado na conta do avó da criança R$ 1050”, destacou.
Ela também relatou que a criança, que ficou com sequelas motoras após o atropelamento, não consegue andar direito, cai com frequência e não tem recebido o tratamento adequado devido à falta de recursos financeiros.
“A real situação da criança hoje, a criança está agressiva, não tem controle no andar. A criança estando na cozinha de repente ela grita, os avós vão até ela e a criança está caída no chão, porque não tem o controle das próprias pernas. Ela dependia de R$ 70 por dia para ir à fisioterapia. Acabou o dinheiro. Ela está indo de ônibus, e detalhe: ela está caindo dentro do ônibus por conta da lotação, se machucando”, relatou, emocionada.
Ela também revelou que, desde uma decisão de janeiro que determinava o pagamento de pensão às crianças órfãs, os acusados só depositaram cerca de R$ 1.050 na conta do avô da criança, além de um valor anterior de R$ 1.000.
“Eles têm quatro advogados dos mais caros, estão em festas, postando nas redes sociais, e dizem que não têm dinheiro para cuidar da criança?”, desabafou.
Relembre o caso
O acidente ocorreu em 06 de novembro de 2024, quando o carro conduzido por Stanlley Gabryell, namorado do influenciador Lokinho, subiu na calçada e atropelou três pessoas: duas mulheres que morreram na hora e uma criança, filha de uma das vítimas, que ficou gravemente ferida.