Após quase 4 anos do assassinato do mototaxista Antônio de Sousa Rocha, de 78 anos, sua família enfim pôde ver justiça. O policial militar reformado Raimundo Alves da Costa foi condenado a 22 anos de prisão pelo crime, que aconteceu em julho de 2021, no Centro de Teresina. Inajá Rocha, filha da vítima, contou à TV Antena 10 que o crime deixou perdas irreparáveis para os seus familiares.
“Ele [assassino] deixou danos terríveis e irreparáveis na nossa família. Perdemos nossa estabilidade mental, física, financeira; ficamos com danos terríveis e tivemos que conviver o repúdio, a indignação e a revolta por quase 4 anos do assassino solto. Tivemos que seguir em frente com essa impunidade. Quase 4 anos de muita dor”, disse à TV Antena 10.
O PM chegou a ser preso no dia 19 de julho de 2021, 9 dias após o crime. Ele ficou apenas 6 meses detido em presídio militar e depois foi solto com habeas corpus para aguardar o julgamento em liberdade.
“Nada vai trazer meu pai de volta, nenhuma condenação, nem se ele tivesse prisão perpétua. Uma vida humana jamais será devolvida, nada vai pagar. Eu confio em Deus que a justiça maior vai chegar também”, disse Inajá, emocionada.
A neta de Antônio também declarou seu sentimento de injustiça perante ao crime. Ela contou à TV Antena 10 que foi comprovado que o PM não agiu em legítima defesa e que seu avô foi morto de forma covarde.
“Não tivemos como vivenciar esse luto, lembrar os momentos bons desse homem que era muito alegre. Até ontem quando gente trazia esse assunto à tona vinha um sentimento de revolta, sempre ficávamos frustrados. A gente sabia que nada estava acontecendo para mudar aquela situação. Nenhuma atitude justifica, foi comprovado ontem que não houve legitima defesa, meu avô foi morto de modo covarde”, relatou Priscila Costa à TV Antena 10.
O crime
O mototaxista Antônio de Sousa Rocha, de 78 anos, foi morto com quatro disparos de arma de fogo no 10 de julho de 2021, próximo ao cruzamento da Avenida Maranhão e da Rua Desembargador Freitas, no Centro de Teresina. Testemunhas relataram à polícia que a vítima teria tido um desentendimento com outro mototaxista, que teria efetuado os disparos.
Segundo a polícia, os dois tinham desentendimentos por conta de corridas. A família relatou que o PM já tinha agredido a vítima em outra ocasião.