O Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), do Ministério Público do Piauí (MPPI), emitiu um alerta à população sobre o crescimento expressivo do golpe conhecido como “familiar em apuros”, que tem se tornado a fraude virtual mais comum entre os piauienses. Segundo o órgão, dos 640 boletins de ocorrência relacionados a golpes virtuais registrados no estado apenas no mês de agosto, 127 foram referentes a essa modalidade criminosa, o que representa cerca de 1 em cada 5 casos.
“Tem pessoas que perdem R$ 20 mil, R$ 10 mil; a média é de R$ 1 mil e esse valor ainda é muito dinheiro. Esse golpe é subestimado, muita gente acha que não cai, mas em agosto desse ano, a cada 5 boletins registrados, 1 era desse tipo de golpe. Isso mostra que esse golpe está funcionando e que os criminosos estão conseguindo enganar muita gente”, alertou Ricardo Alves, assessor técnico do Procon à TV Antena 10.
A fraude geralmente começa com uma mensagem urgente enviada por um número desconhecido se passando por um parente da vítima e dizendo que trocou de telefone e precisa de dinheiro com urgência para resolver um problema.
Para evitar cair nesse tipo de golpe, o Procon orienta que as pessoas façam perguntas estratégicas que apenas o verdadeiro familiar saberia responder, exemplo:
- Nome do animal de estimação;
- Apelidos usados na família;
- Algum fato ou hábito pessoal que o golpista não teria como saber.
Outro ponto essencial é verificar atentamente a tela de pagamento do Pix, conferindo o nome do destinatário da transferência.
“Se o seu filho é Pedro, você não vai fazer um pagamento para Antônio, para Francisco... você só faz pagamentos pro Pix do Pedro. Então quem cai nesse golpe transfere para outra pessoa. Muita atenção nessa tela. Outro modo de não cair nesse golpe também é conversar pessoalmente. Combine com sua família, pedido de dinheiro por WhatsApp é muito perigoso, faça uma chamada de vídeo, faça uma pergunta estratégica”, reforçou Ricardo Alves.
Casos de perdas financeiras significativas têm sido registrados. Em um dos relatos recebidos pelo Procon, uma única vítima perdeu R$ 40 mil para os criminosos. Apesar de campanhas educativas e aumento da conscientização, o golpe ainda é recorrente:
“Temos sentido que a população está mais consciente, mas ainda sim é um golpe muito recorrente. Só prender os criminosos não adianta, precisamos orientar a população”, destacou o assessor técnico do Procon.