As famílias de Francisco Felipe e Lauriele da Silva Oliveira acordaram nesta quarta-feira (14) com a notícia de que o Ministério Público do Piauí (MPPI) é favorável à soltura do estudante João Henrique, que matou o casal atropelado em Teresina no dia 1º de dezembro do ano passado, no cruzamento das Avenidas Jóquei Clube com Nossa Senhora de Fátima, zona Leste de Teresina. Jaulina Bevilaqua, tia e madrinha de Francisco Felipe, falou à TV Antena 10 que o sentimento é de angústia e impunidade.
“É uma sensação de angústia, impunidade, mas ao mesmo tempo com esperança que o juiz que vai julgar não faça isso. Que não coloque uma pessoa dessa em liberdade. Sabemos que o João Henrique já era reincidente, já tinha atropelado uma pessoa em 2022 e agora em 2024 cometeu o mesmo crime, sendo mais grave. Temos esperança que o juiz não dê liberdade; nós sabemos que se o João Henrique ficar em liberdade ele vai cometer mais outros crimes até mais grave”, disse a familiar.
Jaulina disse ainda que não acredita no arrependimento de João Henrique e falou que os filhos de Francisco Felipe e Lauriele nunca mais terão o amor de pai e mãe assim como o envolvido no acidente vai ter quando sair da cadeia.
“Até agora eu acredito que não deu tempo dele se converter do que ele fez, não deu pra ter noção do que ele fez. Aí ele vai ser posto em liberdade, vai chegar na casa da mãe com mimos, coisa que os filhos do Francisco e da Lauriele nunca mais vão ter. Nunca mais vão ter o amor de chamar alguém de pai e mãe”, falou emocionada à TV Antena 10.
Segundo a tia de Francisco Felipe, existe a possibilidade de João Henrique ser posto em liberdade e voltar a cometer manobras perigosas e crimes de trânsito. “Sabemos que uma pessoa dessa tem vários amigos e se a família não der o carro, outra pessoa vai dar e o João Henrique vai cometer outros crimes. Até porque ele já tinha outros crimes, como os de racha, de andar com droga ilícita e de atropelar uma pessoa”.
Durante entrevista, a familiar fez um apelo ao judiciário pedindo que João Henrique não seja libertado. “Eu peço ao juiz que não deixe a estatística de impunidade aumentar porque o descrédito na justiça só aumenta. Que deixe o João Henrique aprender a lição. Eu acredito que na cabeça do João Henrique nunca passou o sofrimento que as duas famílias viveram e estão vivendo. Pra mim ele não sabe o que é sofrimento, ele nunca se ateu pra isso”, finalizou emocionada.
Relembre o caso
João Henrique estava no carro sozinho trafegando pela Avenida Nossa Senhora de Fátima quando atingiu a moto do casal, no cruzamento com a Avenida Jóquei Clube. O cruzamento estava sinalizado por semáforos que, segundo relatos, funcionavam normalmente no momento do impacto. O choque foi violento de tal forma que o carro ficou com os pneus virados para cima.