Prefeito e secretário de Obras de Simplício Mendes são investigados por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro

Procedimento apura possíveis irregularidades em contratos públicos e enriquecimento ilícito atribuídos ao prefeito e ao secretário

O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) instaurou um Procedimento Preparatório de Inquérito Civil para investigar supostas práticas de corrupção, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e fraude em contratos públicos no município de Simplício Mendes, localizado no centro-sul do estado.

A investigação foi formalizada por meio da Portaria nº 122/2025, assinada pelo promotor de Justiça Juciano Marcos da Cunha Monte, que atua na Promotoria de Justiça da cidade. O procedimento tem como alvos o prefeito Márcio José Pinheiro Moura e o secretário municipal de Obras, Maurício Pinheiro de Moura.

  
Prefeito e secretário de Obras de Simplício Mendes Divulgação
 
 
 

Segundo o Ministério Público, a apuração teve início a partir de uma Notícia de Fato registrada no Sistema Integrado do Ministério Público (SIMP) sob o número 002086-426/2025, que apontava indícios de irregularidades envolvendo o uso de recursos públicos. A denúncia cita possíveis fraudes em contratos e movimentações financeiras incompatíveis com os rendimentos dos investigados, o que pode configurar lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.

O MPPI justificou a abertura do inquérito com base na necessidade de aprofundar a coleta de provas, após o vencimento do prazo da apuração preliminar. A medida segue o que determina a legislação federal e as Resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que obrigam o órgão a dar publicidade e transparência aos procedimentos investigatórios.

De acordo com a portaria, o caso foi encaminhado também ao Conselho Superior do Ministério Público do Piauí e ao Centro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção (CACOP), setores responsáveis por acompanhar e orientar investigações relacionadas ao uso indevido de recursos públicos.

O promotor determinou o registro e a autuação do inquérito, além da publicação da portaria no Diário Oficial do Ministério Público, para dar conhecimento público da instauração do procedimento. Após o cumprimento das diligências iniciais — que podem incluir requisições de documentos, depoimentos e análise de contratos —, o MP decidirá se há elementos suficientes para propor uma ação de improbidade administrativa ou ação penal contra os envolvidos.

A investigação ainda está em fase inicial, e o órgão ministerial reforça que as medidas visam garantir a apuração técnica e imparcial dos fatos, sem juízo antecipado de culpa.