As estratégias do grupo governista para as eleições 2022 no Piauí

No estado, PT aposta nas pré-candidaturas de Rafael Fonteles e Wellington Dias

No último sábado, dia 02 de abril de 2022, o grupo governista lançou oficialmente a pré-candidatura da sua chapa majoritária. O nome do ex-secretário de Fazenda Rafael Fonteles (PT) foi anunciado para governo do estado do Piauí e de Themístocles Filho (MDB) para vice-governo. O ex-governador Wellington Dias (PT) foi o escolhido para disputar uma vaga no senado federal.

O PT, depois de duas décadas no comando do governo do estado, pela primeira vez enfrenta uma oposição organizada e competitiva. Uma oposição articulada por Ciro Nogueira (PP), líder do partido que elegeu o maior número de prefeituras no interior do estado do Piauí nas últimas eleições em 2020. O líder da chapa majoritária de oposição é Silvio Mendes (União Brasil), ex-prefeito da capital do estado (2005-2010), que deixou sua gestão com uma aprovação significativa. Segundo o Instituto Amostragem, ao final do mandato, mais de 80% dos teresinenses aprovavam a administração Silvio, à época filiado ao PSDB. Na condição de pré-candidata a vice-governadora está a deputada federal Iracema Portella (PP) e, para a disputa no senado federal, o grupo definiu o nome do ex-prefeito de Floriano Joel Rodrigues (Progressistas).

  

As estratégias do grupo governista para as eleições 2022 no Piauí
PT-PI
  

Diante deste cenário, Wellington Dias, que já foi aliado de Ciro Nogueira no passado, agora reorganiza as forças políticas do estado para vencer o pleito deste ano. A base governista traça suas estratégias baseando-se em alguns pontos:

Transferência de votos de Wellington Dias

Nos últimos pleitos, é possível dizer que os governadores têm conseguido eleger seus sucessores no Piauí. Foi assim, por exemplo, em 2002, quando Mão Santa apoiou Wellington Dias. E em 2010, quando Wellington Dias apoiou a candidatura de Wilson Martins. Por isso, o grupo aposta na capacidade transferência de votos do ex-governador Wellington Dias para Rafael Fonteles.

Efeito Lula no eleitorado piauiense

A maioria do eleitorado piauiense ainda tem uma ligação afetiva com o nome de Lula. A aprovação do ex-presidente no estado atinge, segundo algumas pesquisas, mais de 60%. É provável que as visitas e declarações de apoio vindas Lula para a campanha do PT no estado tenham maior poder de transferência de votos do que o próprio apoio do governador.

Ampla bancada de deputados estaduais

O apoio da atual bancada de deputados na Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI) também é uma das principais estratégias do grupo governista. A janela partidária alterou consideravelmente a composição partidária na Casa. O PT, que tinha 05 parlamentares aumentou para 12 o número de deputados, consolidando-se como a maior bancada. Em seguida, o MDB, um dos partidos que compõe a base do PT, aumentou de 06 para 09 cadeiras de deputados estaduais. Outros partidos aliados como Solidariedade (SDD), Republicanos (RP) e Partido Social Brasileiro (PSD) têm um deputado estadual cada. Em 2022, um dos papéis desta bancada da base aliada será conseguir o apoio de lideranças municipais em, com isso, tentar ampliar a base de eleitores do PT. 

Ressalta-se que, entre estes partidos, o PSD é um dos mais influentes, considerando que tem a segunda maior força política do estado e relação ao número de prefeituras.O partido recentemente formou uma coligação cruzada com o MDB para a disputa eleitoral deste ano a fim de aumentar a força política e a viabilidade das candidaturas proporcionais.

Fato é que os piauienses estão diante de dois discursos: continuidadeversusmudança, em um jogo político, partidário e eleitoral que apenas começou. Como sabemos, toda eleição se desdobra em um processo imprevisível, sobretudo nesse contexto de pandemia, estagflação e crise de desemprego.